Ônibus com biossegurança já representam 80% da produção da Volare

Diário do Transporte

 

Você chega à rodoviária ou a outro ponto de embarque e o ônibus encosta. Ao se abrir a porta, logo você encontra um dispensador de álcool em gel para higienizar as mãos. Entrando no veículo, se depara não com poltronas “coladas” umas nas outras, mas com três fileiras, cada qual com assentos individuais, distanciados, sem mais a sensação de viajar às vezes sentindo o ombro ou o braço do passageiro ao lado. Em vez de um corredor, o ônibus tem dois corredores.

 

O “novo normal” no transporte deve se transformar no “normal”, uma vez que os equipamentos desenvolvidos pelas fabricantes para reduzir o risco de contágio pela Covid-19 nos ônibus oferecem mais individualidade e conforto, o que deve se tornar exigência dos passageiros, principalmente em segmentos como turismo, fretamento de luxo, recepção e alguns serviços de linhas regulares rodoviárias.

 

É o que tem percebido o gerente nacional de vendas da Volare, marca da Marcopolo S.A. especializada em ônibus de pequeno porte, Sidnei Vargas, que conversou com o Diário do Transporte por telefone no início da tarde desta quinta-feira, 15 de outubro de 2020.

 

Segundo o executivo, em torno de 80% dos veículos produzidos atualmente pela empresa possuem um ou mais itens do pacote de biossegurança chamado comercialmente de BioSafe.

 

“Nossa produção atual é de aproximadamente 300 veículos por mês. Destes, em torno de 240 já possuem algum item do pacote de biossegurança. Isso irá além da Covid-19. Costumamos comparar com o “espaço +” da aviação, cujas poltronas com maior espaçamento estão sempre ocupadas. O passageiro paga a mais e procura pelo conforto maior. Com o transporte rodoviário será assim também. São investimentos que serão diferenciais na conquista do passageiro” – explicou.

 

A Volare apresentou em São Paulo, os ônibus com o pacote de biossegurança e realiza uma demonstração por diversas partes do país do pacote.

 

Entre os itens estão: dispensadores de álcool em gel; tecidos de poltronas e cortinas que conseguem neutralizar fungos, bactérias e vírus, como o novo coronavírus; luz ultravioleta; tratamento de ar-condiconado; divisórias entre motoristas e passageiros e a configuração de três fileiras e dois corredores para garantir distanciamento e individualidade.

 

Há também um sistema de nebulização para higienização interna dos veículos que pode eliminar o vírus e impedir que o micro-organismo permaneça no ônibus, mesmo se uma pessoa contaminada entrar depois da aplicação. Isso porque, os produtos usados na pulverização permanecem ativos dentro do coletivo por até 72 horas.

 

“Esses veículos garantem o distanciamento social, além da proteção e da garantia que o vírus não vai se proliferar e circular dentro dos ônibus e contaminar os passageiros” – disse.

 

O passageiro se afastou do transporte por ônibus não apenas pelo fechamento das atividades econômicas no auge da pandemia no Brasil, mas pelo medo de viajar e se contaminar.

 

Para Sidnei Vargas, é necessário fazer com que o passageiro se sinta e esteja seguro de fato.

 

“O BioSafe é uma plataforma de tecnologia para trazer segurança ao passageiro para que ele volte a andar de ônibus. Tudo isso foi pensado para esse fim: a gente quer que o passageiro se sinta seguro em voltar a andar de ônibus” – explicou.

 

O gerente de vendas disse que é possível que o dono do ônibus adquira o pacote completo ou então apenas alguns itens isolados.

 

Também há a possibilidade de instalar itens do pacote em ônibus usados nas concessionárias, onde não é apenas possível reconfigurar a disposição das poltronas.

 

No caso da mudança da posição das poltronas em ônibus usados, o trabalho é feito apenas na fábrica mediante agendamento. (Diário do Transporte/Adamo Bazani)