O Estado de S. Paulo
Com vendas de 5.171 veículos neste ano, a Volvo Car ocupa, pela primeira vez desde 1991, o segundo lugar no mercado de carros premium no País. A diferença do terceiro colocado é pequena, mas a marca acredita que vai se consolidar na posição. A Volvo não seguiu as concorrentes BMW, Audi, Mercedes-Benz e Land Rover, que abriram fábricas locais. a matriz sueca, no entanto, escolheu a filial como fornecedora global de serviços de blindagem do grupo. O primeiro cliente externo chega este mês.
- O que puxou as vendas da marca?
Com certeza é a predominância de veículos eletrificados em nosso portfólio. Para os cinco modelos à venda (três SUVS e dois sedãs), temos uma opção híbrida. No ano passado, 20% das nossas vendas eram de híbridos. Hoje são 39% e devem chegar ao fim do ano em 43%. O consumidor está ávido por essa nova tecnologia. Em 2021 lançaremos o XC40 elétrico, e a partir do segundo semestre venderemos só carros híbridos e elétricos.
- Como é a infraestrutura para recarga?
Investimos R$ 12 milhões em 560 eletropostos, número que chegará a 700 no fim do ano e a mil até março de 2021. Fizemos parceria com o Waze, que indica onde está o posto mais próximo.
- Quatro marcas de luxo abriram fábricas no País e hoje passam por dificuldades. A Volvo avaliou a possibilidade, e desistiu. Foi a decisão certa?
Foi uma decisão bastante correta. A Volvo concluiu que não deveria colocar uma planta em nenhum local somente baseada em potencial de mercado local ou em incentivos fiscais. Ela precisava se conectar à estrutura global de manufatura da marca. Temos cinco fábricas globais (Bélgica, Suécia, EUA e China) especializadas em produtos que atendem o mundo todo. O Brasil não poderia ser polo exportador.
- Há chances futuras?
O Brasil vai sempre continuar no radar e foi escolhido como fornecedor global de blindagem para veículos leves da marca. Aqui está o melhor expertise, capacidade de fornecimento de peças e materiais. Fizemos parceria com a Carbon Brasil e desde março vendemos mais de 200 carros blindados com certificação de fábrica para o mercado local.
- Quando vai ter início a exportação desse serviço?
Em duas semanas chegará o primeiro XC60 da Europa para ser blindado e enviado de volta. Estimamos mercado anual de 150 a 200 carros que virão da Europa, mas o serviço está disponível para todas as subsidiárias da marca no mundo. – Entrevista com João Oliveira, diretor geral da Volvo Car Brasil. (O Estado de S. Paulo/Cleide Silva)