Como foi a produção de caminhões em setembro e a questão do Proncove

Revista Caminhoneiro

 

A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) divulgou hoje os números do setor no último mês, melhor do ano em produção e vendas. Setembro fechou o melhor trimestre do ano, após os sucessivos recordes negativos do segundo trimestre, altamente impactado pela pandemia do novo coronavírus. Faltando três meses para o encerramento, a entidade refez suas projeções para 2020, indicando um cenário menos pior do que aquele apresentado na metade do ano, no auge da quarentena e da imprevisibilidade, quando se previam quedas de 40% ou mais.

 

Apesar da recuperação dos últimos meses, as novas projeções ainda apontam fortes quedas em todos os indicadores. A produção estimada para o fim do ano é de 1,915 milhão de unidades, queda de 35% sobre 2019 e pior ano desde 2003. A expectativa da Anfavea para o mercado interno de autoveículos novos (automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus) é de 1,925 milhão de unidades licenciadas no ano, queda de 31% o pior resultado desde 2005. Se analisarmos somente o mês de setembro constatamos que a produção de caminhões foi de 9.430 unidades contra 7.316 de agosto/2020.

 

A revista Caminhoneiro perguntou ao presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, o que a entidade acha sobre  uma projeção feita pelo Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA),divulgada recentemente, que  aponta que o adiamento para a nova fase do Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve) aumentaria em até 20% a emissão de óxidos de nitrogênio (NOx).  Segundo Luiz Carlos Moraes “nós construímos a regulamentação, foi acompanhada toda a discussão. Somos defensores da questão ambiental.

 

Estamos trabalhando para atingir as metas. No entanto, fomos impactados pela pandemia que afetou as áreas de testes, desenvolvimentos, engenharias, entre outras. Eu gostaria de estimular que esses mesmos estudos deveriam também avaliar quanto é  o custo para a sociedade manter caminhões, ônibus e automóveis com idades bem avançadas rodando, sem nenhuma manutenção adequada, e que produzem maiores danos ambientais e não somente colocar em pauta a discussão dos veículos novos. Sei que esses estudos têm elementos importantes para serem analisados, mas acho que têm que ver todos os ângulos da questão. A renovação da frota deve ser feita o mais rápido possível. O tema ambiental é uma questão de responsabilidade da indústria (entregamos tudo aquilo que nos comprometemos a fazer), consumidor (conservar o veículo adequadamente) e do poder público (para que seja feita a inspeção técnica veicular, promover a renovação da frota com um tratamento tributário mais adequado, como estímulos)”. (Revista Caminhoneiro)