Jeep retoma vendas mensais de 2019, seu melhor ano, e ganha participação

AutoIndústria

 

Foram licenciados 11,8 mil veículos da Jeep no Brasil em setembro, volume que a garantiu como a quinta marca de automóveis mais vendida, com 7,3% de participação. Mas mesmo se considerados os comerciais leves, segmento do qual a divisão da FCA não participa, ainda assim a participação de 5,9% impressiona.

 

E principalmente por não se tratar de um resultado episódico, de um único mês. A Jeep acumula quase 70,4 mil unidades negociadas nos primeiros nove meses de 2020, apenas 500 a menos do que a Toyota, a sétima marca mais negociada de automóveis. Percentualmente, a diferença de participação entre elas é de desprezíveis 0,04%: 6,59% da montadora japonesa contra 6,55%.

 

E essa é a penetração que Tânia Silvestre, diretora da marca na América Latina, espera ver consolidada no último trimestre. Se assim for, a Jeep pode começar a sonhar com voos ainda mais altos imediatamente, já que 2021 será palco de várias novidades, como os motores turbo e versões eletrificadas de Compass e Renegade, além de seu terceiro modelo nacional: um SUV maior, de sete lugares.

 

De qualquer modo, já há muito o que comemorar em 2020. Em agosto, a marca retomou – e em setembro superou – a média mensal que obteve em 2019, quando estabeleceu seu recorde no Brasil com 129,5 mil unidades vendidas.

 

Se mantiver nos últimos três meses o ritmo estabelecido em setembro, pode até mesmo encostar nos 107 mil licenciamentos alcançados em 2018, seu segundo melhor resultado no País.

 

O desempenho de 2020 ganha ainda maior relevância quando se sabe que a Jeep deve quase a totalidade de suas vendas, mais precisamente 99,5%, a seus únicos dois modelos nacionais. Respectivamente segundo e terceiros SUVs mais vendidos no mercado interno de janeiro a setembro, Renegade e Compass mantêm a marca com mais de 20% do segmento e na liderança inconteste estabelecida há cinco anos.

 

A Toyota, por exemplo, conta com Etios hatch e sedã, o sedã compacto City e, principalmente, com o Corolla, líder entre os sedãs médios e considerado um fenômeno de vendas, além de modelos importados. Honda e Nissan, imediatamente atrás da Jeep no ranking de automóveis, também têm muito mais opções, mas com fatias de 5,2% e 3,5%, respectivamente, perderam terreno para a Jeep nos últimos meses.

 

Se o mercado brasileiro de carros de passeio encolheu quase 35% em 2020, as vendas da Jeep diminuíram 25%, mesmo sem a empresa apresentar grandes novidades. Esse ritmo menos acentuado de queda permitiu que a marca ganhasse 0,8 ponto porcentual em 2020, já que encerrara 2019 com 5,7%.

 

Um bom empurrão vem das vendas diretas. Nada menos do que 52,4 mil de seus emplacamentos este ano se deveram à modalidade. Ou seja, 75% do total ou dois de cada três Renegade ou Compass. Com 11%, é a terceira marca que mais vende diretamente, atrás somente da Volkswagen (22,5%) e da GM (15,1%).

 

Segundo Tânia Silvestre, entretanto, vendas para locadoras são a menor parte, algo entre 10% a 15% de tudo que tem sido negociado diretamente. Outros 20% têm origem no público PcD e a maioria, perto de 70%, em transações com pequenos empresários e profissionais liberais.

 

“São vendas de qualidade”, afirma a executiva, refutando a ideia de que as transações diretas quase sempre implicam em margens apertadíssimas, quando não até em prejuízos para os fabricantes.

 

O forte incremento das vendas diretas nos negócios da Jeep não se trata de comportamento pontual ou oportunidade dentro de um mercado em queda, declara Tânia Silvestre. “É estratégico”, afirma.

 

Assim, perdurará mesmo em 2021, quando as muitas novidades em produtos e diversas ações programadas de marketing, incluindo aquelas voltadas à comemoração dos 80 anos da marca, devem atrair muito mais a atenção dos atuais e, sobretudo, de novos clientes. (AutoIndústria/George Guimarães)