AutoIndústria
Com ênfase na mensagem de que o o pior já passou e o pessimismo deve ficar no passado, o presidente da FCA, Fiat Chrysler Automobiles, para a América Latina, Antonio Filosa, aproveitou o Annual Supplier Conference & Awards 2020 para mandar um recado aos fornecedores: “Temos de começar a ser relativamente mais otimistas. O otimismo é o nosso motor”.
O executivo fez questão de frisar que a FCA manteve todos os investimentos programados para o Brasil, apenas alongando por um ano o prazo para aplicação dos R$ 16 bilhões, que agora vai até 2025. Reconheceu que a crise ainda é profunda, mas adiantou haver sinais consistentes de retomada, em ritmo mais acelerado do que se previa no início da pandemia.
O presidente da FCA confirmou três novos SUVs, sendo dois da Fiat e um da Jeep, além de uma picape, quatro reestilizações de modelos em linha e três MCAs, a renovação mais significativa de modelos. Terá também o lançamento da marca Ram no mercado de luxo.
Na apresentação de encerramento do evento que premia os melhores fornecedores do ano, Filosa lembrou que, além de novos veículos, virão novos powertrains, mais serviços conectados, sistemas de manufatura 4.0, inovação e capacitação de pessoas. E convocou os fornecedores a pensarem em investimentos conjuntos para aumentar a competitividade da indústria nacional.
“Vamos pensar junto o Brasil. Este momento permite a busca por maior índice de nacionalização e queremos atrair novos fornecedores para o Nordeste e também para Córdoba, na Argentina.
Pela primeira vez revelou que os dois novos motores turbo que serão produzidos no Complexo de Betim, MG, serão nas versões 1.0 e 1.3. Dentre outras novidades, tem ainda uma transmissão automática CVT e novas soluções em conectividade, por meio da central multimídia, telas maiores e novas experiências para os usuários.
A FCA também programa investir em sistemas de direção autônoma e trará ao Brasil os primeiros veículos elétricos das marcas Fiat e Jeep, além de continuar acreditando no etanol. Filosa citou pesquisa desenvolvida em conjunto com o Google sobre o novo perfil dos consumidores de automóveis.
Segundo ele, 48% dos entrevistados já tinham planos de comprar um carro. Outros 52%, no entanto, passaram a ter essa vontade a partir da pandemia. Seja pelo chamado consumo celebração, ou seja, concretizar um sonho sempre adiado, seja pelo advento da home-office, que permitirá a muitos trabalhar fora dos centros urbanos, ou ainda para fugir do transporte público.
“Nós podemos nos posicionar em todos esses segmentos que podem ter maior demanda a partir de agora. Isso vai resultar em novas e maiores demandas aos fornecedores, que tendem a fortalecer e adensar a cadeia de valor ao longo do processo de retomada do crescimento das vendas de veículos no cenário de superação gradual dos efeitos econômicos da pandemia”, conclui o executivo. (AutoIndústria/Alzira Rodrigues)