O Estado de S. Paulo
A terceira alta mensal consecutiva na produção e nas contratações, constatada pela Sondagem Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI) relativa a agosto, mostra continuidade e firmeza da recuperação da atividade industrial.
Também a utilização da capacidade instalada continua a crescer, tendo alcançado 71% em agosto. Está, assim, 2 pontos porcentuais acima do índice apurado em agosto do ano passado. Igualmente, o indicador de utilização da capacidade instalada, medido em pontos (a linha divisória, que indica a atividade usual para o mês, é de 50 pontos), está acima do observado um ano antes e muito próximo do nível de normalidade.
“Na esteira dessa recuperação, o otimismo do empresário também continuou aumentando, impulsionado tanto pela recuperação da economia como pelo início do período de fim de ano, sazonalmente mais favorável à produção industrial”, observa o relatório da CNI.
Em agosto, o índice de produção ficou em 58,7 pontos, um pouco abaixo do registrado em julho, de 59,4 pontos, mas também bastante acima da linha divisória.
O indicador da evolução do número de empregados chegou a 53,8 pontos em agosto, como consequência do aumento do emprego no setor industrial. “O índice já havia superado a linha divisória de 50 pontos em julho, quando ficou em 50,9 pontos, mas, ao se afastar da linha, revela alta mais significativa e disseminada do emprego industrial”, na interpretação de Marcelo Souza Azevedo, gerente de Análise Econômica da CNI.
Destaque-se o fato de o índice de evolução do emprego de agosto ser o maior da série histórica mensal, iniciada em janeiro de 2011. Mas é preciso levar em conta também o fato de que quatro meses antes, quando a pandemia do novo coronavírus levou à paralisação de boa parte da atividade econômica, o índice tinha mostrado forte queda, ficando em 38,2 pontos.
A despeito da boa evolução observada nos últimos meses, os estoques continuam em queda e em nível abaixo do planejado pelo empresariado industrial. A queda vem ocorrendo desde abril.
Quanto aos próximos meses, o empresariado está otimista com relação ao desempenho da economia, à evolução da demanda, ao número de empregados e à intenção de investir. São bons sinais. (O Estado de S. Paulo)