O Estado de S. Paulo
A Ford fechou acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos de Camaçari (BA) para um Programa de Demissão Voluntária (PDV) que começa nesta semana e pagará até R$ 93 mil de salário extra para trabalhadores que aderirem. Em Taubaté (SP), empresa oferece carro para quem quiser sair.
A empresa também vai prorrogar até o fim de dezembro a suspensão de contratos de trabalho (lay-off) de cerca de 1,45 mil funcionários próprios e de fornecedores que operam dentro do complexo na Bahia. Eles estão fora da fábrica desde março e, segundo o presidente do sindicato, Júlio Bonfim, se houver necessidade o prazo poderá ser estendido até maio.
Na fábrica de motores em Taubaté (SP) também foi aprovado acordo para abertura de um PDV com objetivo de cortar 277 vagas excedentes, segundo o sindicato local, de um total de 920 funcionários. O pessoal da área de produção que se inscrever vai receber 0,75 do salário por ano trabalhado, um carro no valor de R$ 47.490 e R$ 9 mil de plano médico. Para mensalistas, a oferta é um pouco inferior.
Pelo PDV na Bahia, o valor mais alto será pago a quem trabalha na Ford há mais de 17 anos. Para os demais o valor vai variar de R$ 40 mil a R$ 80 mil. O grupo fechou a fábrica do ABC em 2019 e tem hoje 6,5 mil empregados em Camaçari. Outros 3,5 mil estão nos fornecedores de peças do complexo.
Em nota, a Ford informou que “o objetivo é ajustar os níveis de produção à significativa desaceleração do mercado gerada pela pandemia”.
Segundo Bomfim, a Ford iniciou o ano com previsão de produzir 215 mil unidades do EcoSport e do Ka, mas a projeção caiu para 136 mil unidades “ou menos”.
Toyota. Trabalhadores da Toyota de São Bernardo do Campo (SP) também aprovaram ontem acordo para a transferência do pessoal administrativo para a fábrica do grupo em Sorocaba (SP). Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, a empresa queria transferir 600 pessoas e cortar outras 300. Após negociações, ficou acertada a transferência de 490, com incentivos, como transporte fretado de São Bernardo a Sorocaba por dois anos. O número de cortes baixou de 300 para 120 e será aberto um PDV com incentivo de 12 salários extras e plano de saúde por um ano.
Há duas semanas, trabalhadores da Volkswagen aprovaram programa para as quatro fábricas do grupo, que empregam 15 mil pessoas, de abertura de PDV com oferta de até 35 salários extras. A empresa disse ter 35% de mão de obra excedente. O PDV da General Motors teve adesão de 294 trabalhadores em São Caetano do Sul e de 235 em São José dos Campos (SP). A Renault, com fábrica no Paraná, tem PDV para cortar 747 vagas. (O Estado de S. Paulo/Cleide Silva)