AutoIndústria
Confiante nos projetos de concessões, nos investimentos em infraestrutura e na mineração, a Scania incorporou na linha XT, de caminhões específicos para condições extremas de trabalho, uma nova configuração com cinco eixos, o G 540 XT Heavy Tipper.
O caminhão surge como modelo único no mercado nacional, com capacidade para 55 toneladas de carga líquida, atributo que o torna uma alternativa competitiva em relação aos tradicionais veículos da chamada linha amarela. O novo membro da família XT chega como mais um integrante da mais recente geração da caminhões da marca, lançada em 2018, com as opções 6×4 e 8×4 exclusivas para as aplicações fora de estrada, e promessa de proporcionar 10% de economia por tonelada transportada.
Segundo a Scania, o G 540 XT 10×4 é uma evolução derivada do 8×4, mas também um aprimoramento de configuração semelhante do passado, deixada de ser entregue desde 2016. A antiga versão trazia o terceiro eixo direcional atrás dos das rodas de tração e, agora, foi posicionada à frente com suspensão a ar. E, se antes o acionamento era hidráulico, passou a ser mecânico.
“Eliminamos um problema de robustez. O posicionamento anterior gerava quebras frequentes devido aos impactos na operação”, lembra Paulo Genezini, gerente de pré-vendas da Scania. “Com a solução de agora promovemos disponibilidade maior e menos custo de manutenção.”
A nova ferramenta é inteiramente construída com componentes Scania, o que inclui os eixos direcionais. O caminhão traz motor com tecnologia de injeção de alta pressão XPi que gera 540 cv e torque de 2.700 Nm (275,3 kgfm) de 1.000 a 1.300 rpm associado a uma caixa de transmissão Opticruiser de 14 velocidades exclusiva operar nos caminhões Heavy Tipper. Entrega ainda especificação técnica importante para os canteiros de obras, como capacidade de tração de 210 toneladas.
O lançamento da Scania custa a partir de R$ 950 mil e deverá começar a sair de fábrica a partir de abril do ano que vem, prazo estimado pela empresa entre os pedidos, produção e instalação de implemento. A estimativa da empresa é de entregar em torno de 200 unidades do caminhão em mercado que absorve de 1,2 mil a 1,5 mil veículos por ano, dentre configurações 6×4 e 8×4.
“Até o momento era um mercado dominado pelos caminhões da linha amarela. Temos agora uma solução para promover maior produtividade por ter mais capacidade de carga, disponibilidade e custo operacional competitivo”, acredita Fabrício Vieira, gerente de soluções off-road da Scania.
A novidade da Scania chega também como uma grande aposta da empresa para atender as demandas de projetos colocados no horizonte do País. Segundo estudo da Sobratema, Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração, baseado em dados do Ministério da Infraestrutura, está previsto investimento da ordem de R$ 225,8 bilhões entre 2020 e 2022 em obras de rodovias, portos, aeroportos e ferrovias. Também o Ibram, Instituto Brasileiro de Mineração, calcula que o setor irá desembolsar nos próximos cinco anos US$ 32,5 bilhões.
“O panorama é positivo, com tendência de crescimento para o ano que vem”, observa Silvio Munhoz, diretor de vendas da Scania. “O mercado de mineração não parou na pandemia. Agosto foi o melhor mês dos últimos 30 anos para Scania no segmento e o setor de grandes construções, que estava praticamente paralisado, volta gradativamente.”
Ainda não consta nenhum pedido firme para o novo caminhão, mas Munhoz revela que já conta 30 intenções de compra. (AutoIndústria/Décio Costa)