Para montadoras, programa de renovação de frota é fundamental

Estradão

 

A implantação de um programa de renovação da frota é essencial para garantir a retomada do crescimento da economia. A conclusão é de executivos de montadoras de caminhões. Vários representantes do setor participaram, na quarta-feira (26), de um evento online organizado pelo Automotive Business.

 

Diretor comercial da Iveco, Ricardo Barion, diz que esta é uma demanda antiga do setor. De acordo com o executivo, agora é o momento de o tema voltar à pauta de discussões. “Devemos avaliar o que é realmente importante para melhorar a eficiência do transporte”, afirma.

 

Para o vice-presidente de marketing e vendas da Mercedes-Benz, Roberto Leoncini, os resultados de um programa de renovação de frota surgiriam em médio prazo. O executivo afirma que esse tipo de ação impactaria diretamente a eficiência da frota nacional de caminhões.

 

“Veículos mais novos têm muito mais disponibilidade. Além disso, os custos de operação são menores e haveria uma redução considerável no número de acidentes de trânsito”, diz. Leoncini afirma que essa seria uma saída tanto para ajudar as transportadoras quanto manter os níveis de produção da indústria.

 

A idade média da frota de caminhões de empresas, cooperativas e autônomos aumentou nos últimos seis anos. Passou de 9 anos e 7 meses para 11 anos e 7 meses. Os dados são do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças).

 

Ao considerar apenas os caminhões que pertencem a autônomos, a idade média é de 17,9 anos. Essas informações são da Agência Nacional dos Transportes Terrestres (ANTT).

 

A crise gerada pela pandemia do coronavírus pode agravar ainda mais essa situação. As fabricantes de caminhões começaram a ganhar algum fôlego em julho, mas o cenário ainda é negativo. Os sinais de retomada refletem sobretudo o bom desempenho do agronegócio. Este é o único setor da economia que não foi afetado pelo avanço da covid-19.

 

Em 2020, as fabricantes deverão produzir 65 mil caminhões no Brasil. Esse número é 36% inferior a registrado em 2019. Se a previsão se concretizar, o País voltará ao patamar de 2016, um dos piores anos para a fabricantes do setor. A projeção é da Associação Nacional das Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

 

Renovação da frota é promessa do governo

 

O governo federal prometeu que haveria um plano nacional de incentivo à renovação da frota. A informação é do Secretário do Desenvolvimento do Ministério da Economia, Gustavo Ene. Segundo ele, o projeto seria implementado a partir de setembro.

 

De acordo com informações do Secretário, o plano será focado inicialmente em veículos pesados. “Estamos em um alinhamento final. Conversamos com governos estaduais e já temos sinalização positiva de seis Estados”, diz.

 

Vice-presidente de vendas, marketing e pós-vendas da Volkswagen Caminhões e Ônibus, Ricardo Alouche lembra que as discussões sobre um programa de renovação de frota começaram há mais de 15 anos. Segundo o executivo, nunca houve um momento tão propício para a implantação desse plano.

 

“Temos, juntamente com a Anfavea, uma pauta com dez itens que estão sendo discutidos com o governo federal. Um dos principais é justamente sobre a renovação da frota”, afirma. Segundo Alouche, se o programa for implementado agora, os resultados poderão ser vistos já no último trimestre deste ano.

 

“Por isso existe essa urgência da implementação de um incentivo estratégico para que nossos clientes possam renovar e ampliar suas frotas de veículos”, afirma Alouche. De acordo com ele, sindicatos, associações e governo estão alinhados. “O programa está sendo desenhado de forma consistente a várias mãos. Por isso tem tudo para ser um sucesso”. (Estradão)