Julho tem alta de 11% nas vendas de veículos importados

Jornal do Carro

 

Embora os efeitos provocados pela pandemia da Covid-19 tenham sido mais brandos no último mês, ainda não há motivos para comemoração no setor automotivo. Prova disso é que, mesmo tendo divulgado alta de 11% nas vendas de julho (2.831 unidades) em comparação com o mês de junho (2.551), a Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores (Abeifa) amarga queda no acumulado do ano e na comparação com o sétimo mês de 2019.

 

Entre janeiro e julho de 2020, a entidade registrou 14.304 vendas. No mesmo período do ano passado, foram 19.168 – queda de 25,4% no acumulado. E não para por aí. Na comparação com julho de 2019, quando foram comercializados 2.952 veículos importados, a retração foi de 4,1% no mês passado.

 

Por conta dos baixos números que o setor vem amargando nos últimos meses, a associação que representa as importadoras revisou, recentemente, sua projeção. Deve fechar o ano com cerca de 30 mil unidades emplacadas, número 15% inferior ao registrado em 2019. A previsão inicial, era crescer 20% neste ano. Se tudo continuar caminhando da mesma forma, será o pior montante desde 2017 – com 29,7 mil.

 

Piora?

 

De acordo com a Abeifa, o cenário pode ser ainda mais desolador. Para chegar às 30 mil unidades neste ano, o mercado depende de fatores como a manutenção do dólar em R$ 5,10 – nesta quinta-feira (6), está cotado a R$ 5,12 – e, também, de uma reviravolta na economia, comprometida desde a reclusão imposta pelo novo coronavírus.

 

“Essas vendas estão ainda lastreadas em estoques de unidades importadas antes dessa elevação acentuada do câmbio”, enfatiza João Henrique Oliveira, presidente da Abeifa.

 

Portanto, caso haja elevação de custos com importação de novos veículos e fechamento de concessionárias – com consequentes demissões – a situação pode se agravar ainda mais. Neste caso, os importadores, naturalmente, precisarão repassar os custos ao consumidor final. Resultado: preço mais alto, maior queda em vendas.

 

Participação

 

Em participação de mercado, dos 163.083 veículos e comerciais leves vendidos no Brasil no mês passado, apenas 1,7% foi representado por modelos importados pela Abeifa.

 

Quando somam-se os veículos importados e os de produção nacional licenciados pelas associadas, o market share vai para 3,4%. Ou seja, 5.555 modelos comprados pelos brasileiros em julho pertencem às 15 empresas que compõem a Abeifa. São elas: BYD, Volvo, Rolls Royce, Porsche, Mini, Maserati, Lamborghini, Kia Motors, Jaguar, JAC, Ferrari, BMW, Caoa Chery, Land Rover e Suzuki. Apenas as quatro últimas têm fábrica no Brasil.

 

Em relação à produção local, as quatro fabricantes fecharam julho com 2.724 unidades. Isso quer dizer alta de 27,3% em relação a junho (2.139). Sobre julho do ano passado (2.653), são 2,7% a mais.

 

No acumulado dos primeiros sete meses de 2020, a produção nacional das filiadas à Abeifa caiu. De 17.180 unidades em 2019, passou para 14.536. Decréscimo de 15,4%. (Jornal do Carro)