O Estado de S. Paulo
O Banco do Brasil registrou lucro líquido ajustado de R$ 3,3 bilhões no segundo trimestre deste ano, queda de 25,3% na comparação com o mesmo intervalo de 2019. O resultado, último sob a gestão do economista Rubem Novaes, foi impactado pelos maiores gastos com o reforço do colchão para potencias perdas com calotes em meio à pandemia de coronavírus.
No primeiro semestre, o lucro líquido ajustado do BB foi de R$ 6,7 bilhões, cifra 22,7% menor que a vista um ano antes. Em relação ao primeiro trimestre, o resultado do banco público encolheu 2,5%.
A divulgação dos resultados do banco ocorre em meio às expectativas de troca de comando no BB. Alegando motivos familiares e cansaço com o ambiente político de Brasília, o economista Rubem Novaes renunciou ao cargo no fim de julho. Seu provável substituto deverá ser o diretor do HSBC para as Américas, André Brandão. A oficialização depende de ritos internos da instituição, mas o executivo já aceitou o cargo e estaria organizando sua mudança de Nova York para o Brasil.
Dentre os desafios que o executivo terá estão uma agenda de desinvestimentos em certos setores, que já está em curso, mas atropelada pela pandemia. Outra missão seria preparar o banco público para a revolução tecnológica que tem transformado o setor financeiro.
Crédito
Depois de conseguir voltar a crescer em crédito no primeiro trimestre, a carteira do banco no conceito ampliado diminuiu no segundo trimestre. O saldo foi a R$ 721,6 bilhões ao fim de junho, recuo de 0,5% em relação a 31 de março. Em um ano, porém, o resultado cresceu 5,1%.
Tanto as pessoas físicas quanto as empresas tomaram menos recursos no BB no segundo trimestre, na comparação com os três meses anteriores. A carteira voltada a empresas diminuiu em 1,1%, influenciada principalmente pelo segmento grandes contas. Esse resultado vai na contramão dos rivais privados.
Já o crédito voltado a indivíduos teve queda trimestral de 0,2%. No ano, porém, as carteiras de pessoa física e jurídica entregaram incremento de 6,3%. Os empréstimos ao agronegócio, um dos focos no BB, tiveram crescimento em ambas as comparações.
A rentabilidade sobre o patrimônio líquido, refletida no indicador RSPL, seguiu sob efeito do aumento das provisões por conta da pandemia. No critério mercado, chegou a 11,9% no segundo trimestre contra 12,5% no primeiro. No conceito ajustado, foi de 10% ante 10,5%.
O BB detinha patrimônio líquido de R$ 114,8 bilhões no segundo trimestre, 12,7% maior em um ano. Em relação aos três meses anteriores, houve expansão de 2,2%.
Conferência
O BB comenta seus resultados em teleconferência com a imprensa hoje, às 10h, com presença do presidente do banco, Rubem Novaes. (O Estado de S. Paulo/Aline Bronzati)