O Estado de S. Paulo
As vendas de veículos novos apresentaram recuperação pelo terceiro mês seguido, depois da queda recorde registrada em abril. Foram licenciados em julho 174,5 mil automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus, 31,4% a mais que no mês anterior, mas 28,4% menos do que igual mês de 2019. No acumulado do ano, as vendas somam 983,3 mil unidades, 36,7% inferior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados preliminares do mercado.
No pior resultado do ano, em abril, primeiro mês completo sob os reflexos da pandemia do coronavírus, foram vendidos apenas 55,7 mil veículos. Apesar da recuperação mensal, o setor mantém projeções de que o mercado total de veículos neste ano deve ficar cerca de 40% abaixo dos números de 2019, a não ser que ocorram mudanças importantes a partir deste mês.
Só o segmento de automóveis e comerciais leves teve 925,8 mil unidades licenciadas neste ano, o que representa queda de 37,6% na média diária de vendas na comparação com o mesmo intervalo do ano passado – de 10,1 mil unidades em 2019 para 6,3 mil em 2020.
SUV lidera vendas
A surpresa em julho foram as vendas do utilitário-esportivo T-cross, da Volkswagen que, pela primeira vez, liderou o mercado, com 10,2 mil unidades comercializadas, desbancado assim o tradicional líder Chevrolet Onix, com 9,7 mil unidades. O desempenho do SUV produzido na fábrica do grupo em São José dos Pinhais (PR), também levou a VW a ser a marca mais vendida no País no mês passado, com 31,5 mil carros. A GM ficou em 2.º lugar, com 28 mil.
No acumulado do ano, contudo, a GM segue na liderança, com 162,5 mil unidades, seguida pela Volks, com 155,7 mil e pela Fiat, com 133,8 mil. Todas as grandes marcas fizeram importantes lançamentos nos últimos meses. A VW iniciou a produção do SUV de pequeno porte Nivus, a Fiat trouxe a nova picape Strada e a GM a nova picape S10.
Hoje, a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) divulga dados oficiais de vendas em julho e no acumulado do ano. Na sexta-feira a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) apresenta dados consolidados de produção, exportações e empregos no período. Os números de produção devem ser afetados pela greve na Renault, que ontem completou 13 dias. Os trabalhadores protestam contra a demissão de 747 trabalhadores. (O Estado de S. Paulo/Cleide Silva)