AutoIndústria
A Caoa Chery negociou mais de 6,3 mil veículos no Brasil de janeiro a maio, quase 94% deles utilitários esportivos. Do sedã Arrizo 5 foram somente 397 unidades. Essa enorme dependência dos SUVs deve começar a diminuir, ainda que não de forma expressiva, a partir da primeira quinzena de julho, quando o Arrizo 6 começará a desembarcar nos 110 revendedores da marca.
O modelo, também sedã, mas maior, foi apresentado oficialmente nesta quarta-feira, 24, em transmissão pela internet diretamente da fábrica de Jacareí, SP, onde começou a ser produzido ao lado do próprio Arrizo 5 e do SUV Tiggo 2. Chega ao mercado em uma única versão, batizada de GSX e sem equipamentos opcionais.
Com preço sugerido de R$ 108.750,00, disputará a atenção de potenciais clientes do Toyota Corolla, Honda Civic e Chevrolet Cruze, além de pelo menos outra dúzia de modelos que compõem o segmento de sedãs médios, segundo classificação da Fenabrave, e que acumularam 131 mil emplacamentos em 2019, algo como 5% do mercado total de automóveis.
Para tentar atrair ainda mais consumidores para as concessionárias em um primeiro momento, a Caoa Chery optou por conceder bom desconto de mais de R$ 10 mil para os primeiros compradores do Arrizo 6, que pagarão R$ 98,4 mil pelo carro. Contudo, Henrique Sampaio, gerente de marketing da empresa, não definiu uma data para o fim do benefício.
Disputar vendas com modelos consagrados como Corolla e Civic não se trata de tarefa simples, que o digam todos as outras marcas. Os dirigentes da Caoa Chery têm essa consciência, tanto que trataram de oferecer no Arrizo 6, de série, recursos de conforto que são opcionais em vários dos concorrentes, mesmo mais caros.
A GSX tem, por exemplo, teto solar elétrico, câmera 360 graus, acionamento do motor e ar-condicionado à distância, piloto automático, além de painel de controle virtual configurável e multimidia de 9 polegadas. No auxílio da condução e segurança, estão sistemas de partida em rampa, sensores de estabilidade, freio elétrico, luzes DRL, sensores de obstáculos para manobras, dentre outros recursos.
Sob o capô, um motor flex 1.5 turbo que desenvolve 150 cavalos quando abastecido com álcool e que já é conhecido do Arrizo 5. A transmissão CVT simula 9 velocidades e tem a opção de acionamento manual. O porta-malas é, de fato, um bom atrativo para quem busca um sedã: comporta 570 litros, a maior capacidade do segmento, segundo a Caoa Chery.
Questionado, Márcio Afonso, CEO da Caoa Chery, não informou qual o índice de nacionalização – sabida e naturalmente baixo – do novo carro nem os objetivo de vendas. Admitiu apenas que, “com essas variações cambiais”, precisará aumentar o conteúdo local e que o Arrizo 6 poderá representar crescimento de 0,2 ponto porcentual na participação de mercado da marca.
Mais uma vez, parece ser missão mercadológica árdua. Somadas suas vendas globais, desde que foi lançado na China, em 2018, e em diversos países no ano passado, o Arrizo 6 acumula somente 46 mil unidades vendidas.
Em 2019, foram emplacados 20,2 mil veículos Caoa Chery no Brasil, 0,9% do mercado de automóveis de passeio, o que garantiu 12ª colocação no ranking das marcas mais vendidas. Só no Brasil e no ano passado, foram vendidas 57 mil unidades do Corolla.
De qualquer forma, com o lançamento do Arrizo 6 , do SUV Tiggo 8 no segundo semestre e a abertura de mais 30 lojas, a Caoa Chery espera fechar 2020 com fatia acima de 1% e, provável, ultrapassar a estagnada Citroën, que vendeu apenas 3,6 mil veículos a mais no ano passado e não terá nenhuma grande novidade nos próximos meses. (AutoIndústria/George Guimarães)