Estradão
As vendas de caminhões novos cairão 36% em 2020, segundo projeção feita pela Anfavea. Segundo a associação, que reúne as fabricantes de veículos instaladas no Brasil, neste ano serão emplacados 65 mil caminhões. Antes da pandemia, as montadoras projetavam que em 2020 seriam vendidos 110 mil caminhões novos no mercado brasileiro.
Presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes diz que as projeções podem mudar. De acordo com o executivo, os números foram recalculados com base atual cenário do mercado. Se a economia não apresentar grandes mudanças nos próximos meses, a retração do setor será inevitável.
Os números ainda são controversos. Em maio, as fabricantes produziram 4,1 mil caminhões no Brasil. A alta em relação a abril, quando foram feitas apenas 400 unidades no País, foi de 906%.
Isso porque em abril praticamente todas as fábricas de veículos estavam paralisadas. A partir da última semana daquele mês, algumas plantas voltaram a operar, ainda que de forma parcial.
Vice-presidente de caminhões da Anfavea, Gustavo Bonini diz que a produção em maio atendeu principalmente os setores de agronegócio, mineração e celulose. Outro segmento que mantém as operações em alta é de transporte de produtos essenciais, como alimentos e medicamentos.
Na comparação com maio de 2019, quando foram produzidos 11,2 mil caminhões no Brasil, a retração registrada no mês passado foi de 63,9%. No acumulado de janeiro a maio, foram fabricados 29,2 mil caminhões no País. Ante os números do mesmo período do ano passado (45,4 mil), a queda foi de 35,8%.
Exportação de caminhões
Em maio, apenas 636 caminhões foram exportados pelo Brasil. Houve alta de 193,1% ante as 217 unidades exportadas em abril. Nos acumulados dos cinco primeiros meses do ano, foram exportados 3.565 caminhões. Isso representa queda de 39,4% em relação aos 5.175 caminhões exportados no mesmo período de 2019.
Anfavea projeta venda de 10 mil ônibus em 2020
Em maio, foram emplacados 666 ônibus no mercado brasileiro. Em relação ao mesmo mês de 2019, quando foram vendidas 1.713 unidades, a queda foi de 61%.
No acumulado de janeiro a maio de 2020, foram produzidos 4,6 mil ônibus. No mesmo período de 2019, a indústria fabricou 8,1 mil unidades. Ou seja: o resultado deste ano é 42,7% menor que o do ano passado.
Bonini afirma que a queda expressiva tem a ver com o setor de turismo. Essa atividade foi praticamente paralisada por causa da pandemia. E, ao menos por ora, não há sinais de quando o segmento voltará a dar sinais de recuperação.
De acordo com o executivo, em 2020 as vendas de ônibus deverão ficar em torno de 10 mil unidades. No ano passado, foram emplacados 27.193 ônibus no País. Se a projeção da Anfavea se confirmar, a retração será de mais de 63%. (Estradão)