AutoIndústria
As exportações de veículos, que já vinham em queda antes mesmo da pandemia da Covid-19, caíram drasticamente a partir de março, com o desempenho de maio indicando o pior resultado para o mês desde 1978. Foram embarcadas apenas 3.872 unidades, o que representou queda de 46,3% em relação a abril (7.212) e de expressivos 90,8% no comparativo com o mesmo mês de 2019, quando foram exportadas 42.126.
Houve retração de 44,9% no acumulado dos primeiros cinco meses do ano, com as vendas para outros países atingindo pouco mais de 100 mil unidades este ano, ante as 181,6 mil do mesmo período do ano passado.
Ao divulgar os dados do setor em entrevista on-line, o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, lembrou que os principais mercados dos produtos brasileiros, dentre os quais Argentina, Chile, Peru e Colômbia, enfrentam problemas decorrentes da pandemia, sendo impossível no momento fazer qualquer previsão quanto à retomadas das exportações brasileiras.
“Foi o pior maio desde 1988 e o pior acumulado desde 2002”, informou Moraes. “É uma situação complexa, ainda não sabemos qual será o comportamento dos mercados compradores nos próximos meses”.
Em valores, as exportações atingiram US$ 317,7 milhões em maio, com crescimento de 25,7% em relação a abril (US$ 252,2 milhões), resultado decorrente do mix de produtos e, principalmente, de melhorias nas vendas externas de máquinas agrícolas. No acumulado do ano, no entanto, as vendas externas registram queda de 40,5%, baixando de quase US$ 4,2 bilhões no ano passado para US$ 2,45 bilhões este ano.
Sobre problemas com a Argentina, que voltou a restringir a entrada de produtos importados em razão de questões cambiais – são pelo menos 10 mil veículos parados em portos do país vizinho à espera de autorização para desembarque -, o presidente da Anfavea informa que a entidade está conversando com a Adefa, a entidade que representa as montadoras lá.
“Estamos em contato com a Adefa e as montadoras argentinas estão dialogando com o governo local em busca de soluções. Entendemos os problemas de reservas na Argentina, mas achamos possível resolver a questão das transações bilaterais no nosso setor. A Adefa está mostrando a importância do intercâmbio entre as montadoras dos dois países, que trocam inclusive autopeças entre si”. (AutoIndústria/Alzira Rodrigues)