Conheça a história da Dacia, a marca dos carros da Renault no Brasil

Jornal do Carro

 

No Brasil, a Dacia começou a ficar conhecida com o lançamento do Logan, vendido aqui com o emblema da Renault desde 2007. Mas a marca romena tem nada menos que 54 anos de história. Foi criada em 1966 como Uzina de Autoturisme Pitesti, na cidade de Pitesti, próxima a Bucareste, capital da Romênia.

 

E desde a fundação, a marca já tem relações próximas com a Renault. O primeiro modelo, o Dacia 1100, era na verdade um Renault 8 produzido sob licença. Depois, o 1130 começou a ser produzido com maquinário comprado da Renault e era um Renault 12 ligeiramente reformulado.

 

O 1300 seria a espinha dorsal da Dacia nas próximas décadas, sendo atualizado diversas vezes. O Renault 12 aliás, que originou o 1300, era “primo” do primeiro Ford Corcel produzido no País.

 

Nos anos seguintes, a Dacia faria várias melhorias no 1300, que ganhou variantes perua e até picape. A 1302 teve pouco mais de 2 mil unidades produzidas entre 1975 e 1982.

 

Nos anos 80, a marca chegou a produzir o Dacia 2000, uma versão própria do Renault 20, mas em quantidades limitadas. O Dacia 2000 foi vendido apenas nas cores azul ou preta, e todas as unidades foram destinadas à elite do Partido Comunista. A Dacia chegou a fechar o contrato para produzir também o Renault 18, mas o negócio foi desfeito.

 

Caminho “próprio”

 

Foi na segunda metade dos anos 80 que a Dacia encerrou os contratos com a Renault e manteve a produção apenas das variantes do 1300. E os engenheiros e designers da marca eram bem criativos com o modelo. Houve até uma versão perua com oito lugares, a 1310 MaxiBreak. Apenas 12 unidades foram produzidas, com cerca de meio metro entre as portas dianteiras e traseiras.

 

A Dacia só iria mostrar um novo carro em 1994, com o lançamento do Nova, seu primeiro projeto próprio. O carro estava em desenvolvimento desde 1983, já pensado para substituir o 1300, mas só chegou às ruas uma década depois. Por isso, já nasceu considerado defasado e ficou em produção apenas até 1999, quando o SuperNova, atualizado, foi mostrado. Motores e câmbio, no entanto, ainda eram Renault.

 

O SuperNova foi o primeiro carro lançado pela marca depois da compra da Dacia pela Renault, no mesmo 1999. O modelo ainda seria atualizado novamente em 2003 e rebatizado como Solenza, mas o modelo só viveria até 2005. O Solenza já compartilhava alguns itens com o Clio, como as rodas de algumas versões e partes da cabine. Uma curiosidade é que o motor 1.9 diesel era incompatível com um sistema de ar-condicionado, por isso nenhuma versão era equipada com o item.

 

Dacia na “era Logan”

 

No mesmo ano, a Dacia lançou o Logan, carro que revolucionou a história da montadora. O modelo foi desenhado pela Renault, projetado para ser produzido pela Dacia, que virara marca de baixo custo do grupo. O projeto usou a plataforma B0, usada no Clio, mas com uma reengenharia completa para ficar mais barata, embora ainda segura e capaz de dar base a um carro moderno.

 

Inicialmente, a Renault sequer iria vender o Logan na Europa ocidental, mas o sucesso do carro foi tanto que os planos foram revistos. O carro fez sucesso e ganhou o mundo, sendo produzido em países como Brasil, Índia, Irã, Colômbia, Rússia e África do Sul.

 

O modelo deu origem aos Sandero e Duster, também muito bem sucedidos ao redor do mundo e produzidos no Brasil. Para outros mercados, ainda há a perua MCV, a minivan Lodgy e o furgão Dokker. Todos são baseados na mesma plataforma, a B0, mas em configurações específicas para cada aplicação.

 

O sucesso da marca a colocou nos holofotes mundiais, enquanto a Renault mantém investimentos no desenvolvimento de novos produtos. Os Dacia vêm recebendo motores novos e se prepara para lançar seu primeiro elétrico, o Spring. O modelo é a variante elétrica do Renault Kwid. (Jornal do Carro)