Jornal do Comércio-RS
Um dos principais efeitos da pandemia no agronegócio é a ausência das feiras agrícolas no País. Alguns dos principais eventos do setor, como a Agrishow, em Ribeirão Preto (SP), foram adiados, ainda sem data para acontecer. Outros, como a Expoleite Fenasul, em Esteio, e a Expoagro Afubra, em Rio Pardo, acabaram cancelados e não serão realizados neste ano.
“A falta de feiras afeta muito a indústria de máquinas”, alerta Cláudio Bier, presidente do Simers. Para o dirigente, o setor teve um resultado de vendas razoável no primeiro trimestre graças a eventos como o Show Rural Coopavel, realizado em fevereiro em Cascavel (PR), que encaminhou R$ 2,5 bilhões em negócios, assim como a Expodireto Cotrijal, de Não-Me-Toque, em março, com R$ 2,65 bilhões. “As feiras alavancaram as vendas”, explica. O próximo grande evento do setor seria a Agrishow, em maio. No ano passado, a feira de máquinas paulista teve uma comercialização de R$ 2,9 bilhões.
Para Luis Felli, presidente da AGCO na América do Sul, o maior impacto da ausência das feiras é a interação com os clientes. O executivo da AGCO acredita que os efeitos nos negócios devem ser minimizados, já que produtor rural programou a compra de máquinas com ou sem feiras agrícolas.
Roberto Manuel Saldanha, diretor da Fenabrave-RS, acredita que a ausência das grandes feiras não deve impactar muito no setor. “Alguns já haviam informado a decisão de não participar da Agrishow ainda antes da pandemia”, destaca. Para Saldanha, a agricultura familiar será a principal prejudicada com a ausência das feiras no Estado, algumas voltadas exclusivamente para esse segmento. (Jornal do Comércio-RS/Marcelo Beledeli)