Com apenas um turno, Volkswagen prevê retornar dia 18 de maio

AutoIndústria

 

Em entrevista online concedida na manhã de ontem, o presidente e CEO da Volkswagen América Latina, Pablo Di Si, detalhou as medidas que a empresa vem tomando para a retomada de suas atividades no País a partir de 18 de maio. Todas as fábricas reiniciarão produção em apenas um turno, com distanciamento de 2 metros entre os funcionários, que utilizarão máscaras e terão temperatura medida antes de começar a trabalhar.

 

“Estamos aproveitando a experiência da empresa na China e na Alemanha para garantir um retorno gradativo e com a maior segurança para todos”, comentou Di Si, informando ainda que a montadora já contratou mais ônibus para o transporte de seus funcionários, a fim de haver o distanciamento necessário no interior do veículo e, assim, evitar a eventual propagação do novo coronavírus.

 

Destacando ser esta uma crise sem precedente no mundo, o executivo diz que a ideia é começar em um turno e devagar, a fim de acompanhar a demanda do mercado: “Não podemos ter estoques neste momento de crise, senão teremos queima de preço, o que não interessa para ninguém”.

 

Com três fábricas de automóveis – São Bernardo do Campo e Taubaté, em São Paulo, e São José dos Pinhais, PR, a Volkswagen tem ainda uma planta de motores em São Carlos, SP, a única que deverá iniciar atividades uma ou duas semanas antes das demais. “Tudo será feito a partir de um trabalho conjunto com as autoridades estaduais e municipais”, enfatizou Di Si.

 

O projeto de começar antes em São Carlos decorre da necessidade de retomar as exportações de motores para a China e a Alemanha. “Temos pedidos de motores e exportar é importante neste momento”.

 

Di Si preferiu não fazer previsões com relação ao comportamento do mercado, mas adiantou que o mês de maio ainda será fraco, assim como ocorre em abril. Segundo ele, as vendas neste mês apresentam queda da ordem de 22,5%, índice que no caso da Volkswagen é de 14,5%. Em março, enquanto o mercado como um todo caiu 8,1%, a marca teve crescimento de 4%. No caso da Argentina a situação é ainda mais drástica. O recuo nas vendas chega a 42,8% este mês e, no caso da Volkswagen, a queda é de 40,1%.

 

“É fundamental a união de todos para atravessarmos esta crise sem precedentes”, reforçou. “Todos terão problemas de caixa e, por isso, estamos em contato permanente com o governo, a Anfavea, o Sindipeças, a rede de concessionários, os funcionários e o governo para que possamos sobreviver”. (AutoIndústria/Alzira Rodrigues)