O Estado de S. Paulo/Agência Internacionais
O grupo ítalo-americano Fiat Chrysler (FCA) e o francês PSA Peugeot Citroën confirmaram ontem a fusão, avaliada em US$ 50 bilhões, entre as duas companhias. Anunciada em outubro, a nova empresa, ainda sem nome, deve se tornar o quarto maior fabricante de automóveis do mundo e o maior do Brasil.
Hoje, o trio que lidera o mercado mundial em vendas tem a alemã Volkswagen na liderança (com 10,8 milhões de veículos vendidos em 2018), a japonesa Toyota (10,5 milhões) e a aliança franco-japonesa Renault-Nissan (10,3 milhões).
O novo grupo terá vendas anuais de 8,7 milhões de veículos, faturamento de quase ¤ 170 bilhões e mais de 400 mil funcionários. Engloba as marcas Fiat, Alfa Romeo, Chrysler, Citroën, Dodge, DS, Jeep, Lancia, Maserati, Opel, Peugeot e Vauxhall.
No Brasil, o grupo deve ultrapassar a General Motors – que neste ano vendeu, até novembro, 430,4 mil automóveis e comerciais leves e a Volkswagen, com 373,4 mil. Juntas, Fiat Chrysler e PSA registram no período vendas de 494,4 mil unidades, segundo a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).
No País, maior mercado da Fiat fora da Itália, a FCA tem duas fábricas de veículos em Betim (MG) e Goiana (PE), com capacidade total para cerca de 1 milhão de carros por ano, além de duas fábricas de motores capazes de produzir 1,4 milhão de unidades anualmente. A PSA tem fábrica de veículos e de motores em Porto Real (RJ).
O comunicado conjunto distribuído ontem diz que a parceria fornecerá “recursos de investimento reforçados para a nova entidade, a fim de enfrentar os desafios de uma nova era de mobilidade durável”.
Segundo as empresas, a conclusão da fusão de 50% para cada uma deve ocorrer em 12 a 15 meses. A sede do novo grupo ficará na Holanda, mas a listagem de ações continuará nas bolsas de Paris, Milão e Nova York. John Elkann, atual presidente da Fiat Chrysler e herdeiro da família Agnelli presidirá o conselho de administração, e Carlos Tavares, presidente do conselho da PSA, será o diretor-geral.
Transição
A fusão deve gerar ¤ 3,7 bilhões em economia anual, que serão investidos em tecnologias e produtos para atender novas regras de emissões. “Nossa fusão representa uma oportunidade para adquirir uma posição mais forte na indústria automobilística quando realizamos uma transição para uma mobilidade limpa, segura e durável e queremos oferecer aos nossos clientes produtos, tecnologias e serviços do melhor nível”, disse Tavares.
Com a força da Fiat na América do Norte e na América Latina e a posição da Peugeot e da Citroën na Europa, a nova montadora terá atuação geográfica mais equilibrada, com 46% da receita proveniente da Europa e 43% das américas. (O Estado de S. Paulo/Agência Internacionais/Cleide Silva)