GM segue com prejuízo por causa do câmbio

AutoIndústria

 

Devido à desvalorização do real ao longo deste ano, a General Motors América do Sul vai encerrar 2019 com novo prejuízo, não cumprindo, assim, o planejado no início do ano, quando a matriz aventou a possibilidade de desfazer suas operações no Brasil caso a empresa não voltasse à lucratividade na região.

 

Em entrevista na noite da última quinta-feira, 5, quando anunciou o lançamento de novas versões do SUV Equinox, o presidente da GM América do Sul, Carlos Zarlenga, atribuiu ao câmbio o fato de a montadora não fechar este ano com lucro.

 

“Nosso problema continua sendo a desvalorização do real. Com o dólar próximo de R$ 4,20 é muito difícil atingir rentabilidade. Ninguém esperava 20% de desvalorização da moeda brasileira. Se não fosse isso, estaríamos próximos de atingir os resultados programados”, comentou o executivo, admitindo, inclusive, que a alta do dólar acaba afetando os preços dos produtos nacionais, que este ano subiram em índice superior ao da inflação, em torno de 5%.

 

Questionado sobre a reação da matriz ao fato de a empresa ter mais um ano de prejuízo, Zarlenga disse que essa situação preocupa muito lá fora, mas garantiu que o anunciado investimento de R$ 10 bilhões nas fábricas paulistas, de 2020 a 2024, está mantido.

 

“Além da exigência da volta à rentabilidade, era necessário resolver problemas de curto prazo. E isso nós resolvemos a partir de negociações com sindicatos, fornecedores, concessionários e governo”, lembrou Zarlenga. A empresa reviu direitos trabalhistas, os concessionários reduziram margens, os fornecedores renegociaram preços e o governo de São Paulo lançou o IncentivAuto, com benefícios para quem investir no Estado.

 

O que precisa agora, na avaliação do presidente da GM, é a indústria automotiva brasileira exportar mais, o que ainda depende de ganhos de produtividade. De qualquer forma, a empresa segue firme em seu projeto de ampliação do portfólio local, prometendo sete lançamentos para 2020. A programação é de 30 até 2023, dos quais 11, entre novos modelos e versões, foram concretizados este ano, incluindo a apresentação feita nesta quinta-feira, 5, das novas opões da Equinox com motor 1.5 turbo. (AutoIndústria/Alzira Rodrigues)