GM inicia em 2020 investimento de R$ 10 bilhões

O Estado de S. Paulo

 

A General Motors vai iniciar em 2020 o novo programa de investimentos de R$ 10 bilhões anunciado no início deste ano com sete lançamentos, entre produtos inéditos e versões de modelos atuais, mas com foco nos utilitários-esportivos, segmento que mais cresce em vendas no País e que tem sido alvo da maioria das fabricantes locais.

 

O primeiro deles, segundo fontes do mercado, será o utilitário-esportivo Tracker, que passa a ser produzido em São Caetano do Sul, no ABC paulista. Ele será um pouco maior que o atual, importado do México, e vai disputar mercado num segmento em que a marca está ausente, e que tem modelos como Jeep Renegade e Honda HR-V.

 

O presidente da GM, Carlos Zarlenga, não dá detalhes de quanto será investido no próximo ano, mas avisa que o montante será significativo. O valor total do programa será gasto até 2023 e foi resultado de negociações que envolveram sindicatos, fornecedores, concessionárias e governos após a empresa ameaçar fechar fábricas se não reduzisse os custos de produção e recuperar a rentabilidade.

 

A alta inesperada do dólar vai impedir que a companhia alcance resultados positivos ainda este ano. “Não fosse isso, estaríamos bem próximos de atingir nosso objetivo, que é voltar à lucratividade”, disse o executivo na noite de ontem, durante evento em São Paulo, onde mostrou os dois últimos lançamentos deste ano, de um total de 11 novidades.

 

Segundo o executivo, a volta ao azul ficou para o próximo ano, mas isso não deve resultar em mudanças no plano de aportes, “pois a matriz entende as volatilidades cambiais do País”.

 

Novidades

 

Os dois novos produtos são os importados Equinox e Equinox Midnigh, duas versões do SUV de médio porte produzido no México e com vendas mensais de cerca de 350 unidades. No ano, porém, a principal novidade da marca foi o novo Onix, nas versões hatch e sedã, campeão de vendas no mercado brasileiro há 50 meses seguidos. O Tracker, que será feito no Brasil, será exportado para vários países da região, em especial para o México, mercado no qual a GM brasileira tem pouca presença. Neste ano, a empresa deve exportar 76 mil veículos e, em 2020, a previsão é chegar a 103 mil.

 

A GM é líder do mercado brasileiro e neste ano vendeu, até novembro, 430,4 mil automóveis e comerciais leves, com fatia de de 17,9% das vendas totais.

 

No azul

 

“Não fosse isso (a inesperada alta do dólar), estaríamos bem próximos de atingir nosso objetivo, que é voltar à lucratividade”, Carlos Zarlenga, presidente da General Motors. (O Estado de S. Paulo/Cleide Silva)