UOL Carros
A Volkswagen reviveu uma história repleta de nostalgia nesta semana. Além de abrir as portas de sua “coleção secreta” em São Bernardo do Campo, a empresa mostrou as versões finais de Polo e Virtus GTS.
Os esportivos até perderam um pouco do caráter de novidade, já que fizeram algumas aparições ilustres desde a estreia no último Salão do Automóvel de São Paulo, realizado no fim de 2018.
Chama atenção a volta da sigla GTS, jogada para escanteio desde o fim do Gol GTS, algo que ocorreu após a chegada da segunda geração do artilheiro da VW.
A iminente estreia da dupla é um indício de que a Volkswagen volta a apostar nos esportivos nacionais. E parece que ela não é a única.
Sonho de consumo
Esportivos sempre povoaram o imaginário dos aficionados por carros. A adoração sempre foi grande no Brasil, mas a proibição das importações nos deixavam sem muitas opções. Restavam duas alternativas para quem quisesse algo mais empolgante: comprar um veículo fora-de-série ou um esportivo nacional.
Muita gente escolhia a segunda proposta. Daí explica-se o sucesso de ícones da nossa indústria, como Volkswagen Gol GTi, Ford Escort XR3, Fiat Uno Turbo e Chevrolet Kadett GSi.
É claro que a abertura do mercado brasileiro para importações foi positiva para os consumidores, que enfim puderam comprar carros mais modernos e refinados. As montadoras também se beneficiaram, mas em contrapartida viram as vendas dos esportivos minguarem até a hora em que concluíram que ninguém mais pagaria (caro) por este tipo de carro. Será mesmo?
Aparentemente a resposta veio muito tempo depois da queda dos esportivos. É claro que eles não vão vender feito água, até porque isso nunca aconteceu. Porém, existe espaço para este mercado de nicho tão peculiar.
Passado e presente
Uma das poucas fabricantes que investiram pesado no segmento de vez foi a Fiat. Ok, a gente sabe que ultimamente os italianos lançam mais versões com apelo do que desempenho de esportivo propriamente dito. Só que quem já fez Uno Turbo e Punto T-Jet merece respeito.
Os lançamentos ficaram cada vez mais raros até 2015, quando a Renault fez uma aposta ousada – e com apoio da matriz. E que respaldo: assim nascia o Sandero R.S, o primeiro projeto da Renault Sport feito fora da França.
A receita era a mais tradicional possível: pegar um pacato popular e enfiar um motor de cilindrada bem maior do que o original. O escolhido foi o 2.0 16V do Duster. Sem turbo nem nenhuma das tecnologias tão populares atualmente. Com 145 cv, o Sandero R.S diverte qualquer um e nem cobra tão caro por isso.
No ano seguinte outra marca francesa investiu no segmento de esportivos. O Peugeot 208 GT trazia um visual sedutor aliado ao motor 1.6 turboflex de 173 cv e câmbio manual de seis marchas. Porém, o preço salgado atrapalhou um pouco os planos da fabricante, que descontinuou o modelo neste ano.
Agora é a vez da Volkswagen jogar suas fichas apoiada no carisma da mítica sigla GTS. Equipados com o motor 1.4 TSI de 150 cv, Polo e Virtus serão lançados em janeiro de 2020. Preços ainda não foram anunciados.
Ainda é cedo para dizer se os modelos citados acima serão responsáveis por abrir uma nova leva de esportivos nacionais. Por enquanto, vale a pena aplaudir as iniciativas e torcer para que as montadoras voltem seus olhos para este segmento. A gente agradece. (UOL Carros/Vitor Matsubara)