Exposição na Casa Fiat celebra 120 anos da montadora e homenageia imigrantes italianos

Revista Encontro

 

Belo Horizonte vai completar 122 anos de história em dezembro. O antigo Curral Del Rey, nos idos de 1897, começou a ser transformado em um imenso canteiro de obras. Afinal, a Comissão Construtora da Nova Capital, capitaneada pelo engenheiro Aarão Reis, já tinha detalhado os planos para o território. Desta forma, o lugar passou a ser visto como uma bela oportunidade de trabalho. Foi aí que a então futura metrópole começou a atrair também italianos que buscavam trabalhar nessas terras e, claro, constituir suas famílias.

 

Um pouco dessa história é contada na nova exposição da Casa Fiat de Cultura, integrante do Circuito Liberdade. A mostra “Percorsi Italiani: 120 anos de história na Casa Fiat de Cultura”, reúne objetos, vídeos e fotos que revelam como se deram os fluxos migratórios da comunidade italiana na América do Sul, desde 1899, ano em que a montadora Fiat foi criada. “Era inconcebível celebrarmos os 120 anos de história da Fiat sem uma exposição. E não queríamos que fosse uma mostra comercial. Queríamos algo a mais”, diz Fernão Silveira, presidente da Casa Fiat de Cultura.

 

Mais de 100 imagens e fotografias históricas foram garimpadas no Museu da Imigração, em São Paulo, Museu Histórico Abílio Barreto, em BH, no Centro Storico Fiat e da FCA Group Argentina. Quem se encarregou da empreitada foi Cinthia Reis, curadora da exposição. “Tivemos que selecionar 100 imagens do total de mil”, diz Cinthia, que revela ainda o maior desafio que foi buscar e atestar a veracidade das informações referentes aos imigrantes.

 

O acervo da exposição revela detalhes curiosos como a bola de 1921, usada pelo clube de futebol Palestra Itália, nome antigo do Cruzeiro Esporte Clube, que foi rebatizado assim por causa da II Guerra Mundial (1939 – 1945). Na ocasião, o Brasil havia declarado guerra contra o chamado Eixo, formado por Itália, Japão e Alemanha. Para os amantes da cultura automobilística, a mostra oferece um exemplar do Fiat 147, lançado em 1979. O modelo foi o primeiro carro a álcool produzido em série no mundo. O possante foi fabricado em Betim, na região metropolitana de BH.

 

A influência italiana não para por aí. Um dos bairros mais tradicionais da cidade, a Savassi, recebeu esse nome devido a uma padaria que existiu até os anos de 1970 no cruzamento das avenidas Getúlio Vargas e Cristóvão Colombo. Raffaello Berti, arquiteto italiano, assina mais de 500 projetos em BH, entre eles, o prédio do Minas Tênis I, na rua da Bahia, e da PBH, na avenida Afonso Pena.

 

Novidades em 2020

 

A Casa Fiat de Cultura está programando uma exposição de peso para o primeiro semestre do ano que vem. A informação foi dada pelo presidente do centro cultural durante o lançamento da mostra. “Vamos trazer uma exposição inédita no Brasil. Além disso, vamos mudar a nossa identidade visual”, diz Fernão Silveira, que não deu mais informações sobre a futura exposição. De acordo com ele, que assumiu a coordenação da Casa em fevereiro deste ano, o perfil do espaço continuará sendo de exposições “autorais”, sem esquecer dos grandes artistas italianos. Uma pista do que virá por aí.

 

Exposição Percorsi Italiani: 120 anos de história na Casa Fiat de Cultura

Onde: Casa Fiat

Endereço: Praça da Liberdade s/nº, Lourdes, Belo Horizonte

Data: até março de 2020

Horário: terça a sexta das 10h às 21h; sábados e domingos das 10h às 18h

Entrada gratuita

Informações: (31) 3289-8900

(Revista Encontro/Rafael Campos)