Sem alarde, Caoa Cherry encerra a produção do New QQ

AutoIndústria

 

A Caoa Chery não confirmou oficialmente, mas nem precisa.  O New QQ, o carro mais barato em oferta no Brasil, não aparece mais no site da empresa. O modelo deixou de ser fabricado em Jacareí, SP.

 

O encerramento da produção local, iniciada em 2016, era aguardada há algum tempo. Em sua curta carreira, o compacto nunca alcançou números relevantes no mercado interno. Em 2018, somou apenas 3.176 unidades emplacadas e, com marginal participação de 0,87%, foi apenas o 8º carro do segmento que superou 364 mil unidades negociadas.

 

Outras 3,2 mil unidades chegaram às ruas em 2017 e somente 1.360 nos dez primeiros meses deste ano. Ou seja: menos de 8 mil unidades do New QQ nacional circulam pelo país, além de algumas poucas importadas em 2015.

 

Além das vendas restritas, a decisão de colocar um fim na trajetória brasileira do modelo deve-se à disposição da Caoa Chery de abrir espaço na linha de montagem para um veículo mais atual e adequado ao mercado brasileiro – o já anunciado Arrizo 6, a partir do ano que vem.

 

Ainda que custando menos de R$ 30 mil, o New QQ disputava o bolso dos consumidores com, por exemplo, Renault Kwid, os Fiat Mobi e Uno, e os Volkswagen Gol e Up, todos vendidos em redes de concessionárias cinco a seis vezes maiores e que desfrutam de imagens de marcas consolidadas.

 

A Caoa Chery vendeu no mercado interno 16,1 mil veículos de janeiro a outubro deste ano, contra 6,4 mil em igual período de 2018, sendo 2,7 mil unidades apenas do QQ.

 

Assim, no intervalo de apenas doze meses, as vendas da marca cresceram perto de 250% e as do compacto caíram para a metade, um claro indício de que a montadora resolvera mesmo concentrar-se em novos veículos, especialmente os SUV Tiggo 2, Tigo 5X e Tiggo 7 fabricados em Anápolis, GO, e que respondem por  mais de 70% das vendas já.

 

Em outubro, Marcio Alfonso, CEO da montadora, confirmou a produção do Arrizo 6 em Jacareí, onde é fabricado o Arrizo 5 desde o fim do ano ano passado, e do  Tiggo 8 em Goiás. (AutoIndústria/George Guimarães)