Fiat deve deixar de lado o segmento dos carros compactos, afirma executivo

O Tempo 

 

Para não perder o filão de mercado cada vez mais dominado pelos utilitários-esportivos, a Fiat Chrysler (FCA) pretende em um “futuro próximo” deixar de lado a produção de carros compactos, segmento que ‘reinou’ por anos a fio no Brasil, hoje representado aqui somente pelos modelos Fiat Mobi e Fiat Uno.

 

Quem garante a mudança de rumo é o CEO da FCA, Mike Manley, que fez um comentário sobre o assunto durante a teleconferência de resultados da montadora no último trimestre de 2019, na última semana.

 

“Em um futuro muito próximo, você nos verá focando novamente neste segmento de maior volume e margem (de lucro) maior, e isso envolverá uma mudança do segmento minicar” (carros pequenos), afirmou o executivo sem determinar prazo para o início da nova estratégia da marca ítalo-americana.

 

Pode ter a ver com a fusão

 

A decisão da FCA de concentrar seus esforços em segmentos de veículos maiores talvez já tenha sido influenciada pelo recente anúncio da fusão da empresa com o Grupo PSA (Peugeot-Citroën), que agora pode dividir com a Fiat a plataforma de seus modelos compactos consagrados como o Peugeot 208 e o Citroën C3.

 

Vale lembrar que o Fiat Panda, modelo primo do Fiat Uno vendido no Brasil, é hoje o compacto mais vendido na Europa, com mais de 105 mil unidades produzidas só no primeiro semestre deste ano.

 

Dois novos SUVs em Betim

 

No Brasil, os planos revelados pela FCA, de fato, não preveem o lançamento de novos modelos compactos. Até 2024, a marca planeja fazer 15 lançamentos no país entre novos modelos, renovações e séries especiais.

 

No Polo Automotivo de Betim, está prevista a produção de três novos carros nas linhas de montagem já a partir de 2020. Dois deles marcarão a entrada da Fiat no segmento de SUVs.

 

Um deles será compacto, provavelmente sobre uma nova plataforma. O outro será maior, provavelmente de sete lugares, com base na picape Toro, e que foi apresentado como conceito no último Salão de São Paulo, em 2018. (O Tempo/Igor Veiga)