AutoIndústria
O bom desempenho do mercado interno compensou o recuo das exportações da Marcopolo este ano, propiciando uma receita líquida consolidada de R$ 3,12 bilhões no acumulado até setembro, valor 5,5% superior ao faturamento obtido no mesmo período do ano passado, que foi de R$ 2,95 bilhões
As vendas para o mercado brasileiro cresceram 16,9%, enquanto as exportações caíram 22%, de R$ 888 milhões para R$ 692,5 milhões no mesmo comparativo. O lucro líquido, em contrapartida, foi 18,2% maior – R$ 140,7 milhões contra R$ 119 milhões.
José Antonio Valiati, CFO e diretor de relações com investidores da Marcopolo, diz que a empresa está atenta ao comportamento da demanda por ônibus no mercado brasileiro e continua com o seu foco em elevação da competitividade, qualidade, segurança e redução de custos.
“Após oito trimestres consecutivos de crescimento, a produção brasileira de ônibus mostrou a primeira estabilidade em volumes absolutos no terceiro trimestre deste ano, o que não ocorria desde o terceiro trimestre de 2017. Interpretamos a pausa como um breve respiro frente a uma base comparativa forte estabelecida no mesmo período do ano passado e não como uma interrupção do processo de recuperação da demanda”, avalia o executivo.
Segundo o executivo, as perspectivas da companhia para o último trimestre do ano são positivas na medida em que a empresa elevou a sua produção nas fábricas brasileiras desde o início de outubro para melhor atender o mercado interno. O ambiente apresenta-se propício para a renovação de frotas e realização de investimentos em transporte público de qualidade, com a taxa básica de juros em seu menor nível histórico, associada ao esperado crescimento econômico. Também há sinais favoráveis nas exportações.
Urbanos e rodoviários
O segmento de urbanos segue crescendo internamente, com o mercado de São Paulo liderando a retomada como principal destino do modelo no País. A produção da Marcopolo nos nove meses foi de 4.798 unidades, ante as 4.883 no mesmo período de 2018, um recuo provocado pela redução das exportações.
No segmento de rodoviários, houve retração de 3,24% na produção – 3.105 unidades contra 3.209 do ano anterior – decorrente da forte base de comparação estabelecida no terceiro trimestre de 2018, gerada pela antecipação de compras relativa à entrada em vigor da norma de acessibilidade nesses modelos naquele período. Em micros houve leve crescimento dos volumes, com 1.870 unidades contra 1.828 unidades de janeiro a setembro de 2018.
O destaque positivo ficou por conta da unidade de negócios Volare, marca líder nacional no segmento de veículos até 10 mil kg de PBT, que registrou crescimento de 11,1%, com 2.026 veículos fabricados contra 1.824 no ano anterior.
Nas unidades externas, os destaques positivos foram as controladas Marcopolo México e Marcopolo Austrália. A unidade mexicana continua se beneficiando da maior produção de rodoviários, enquanto a operação australiana, após reestruturação realizada nos primeiros meses do ano, reverteu prejuízo e reportou lucro de R$ 4,8 milhões no terceiro trimestre. Entre as coligadas, o destaque continua com a Superpolo, mantendo as entregas para a renovação da frota de Bogotá, na Colômbia. (AutoIndústria)