UOL Carros
Dias após inaugurar fábrica de motores em Joinville (SC), com investimento de R$ 1,9 bilhão, a General Motors vai reduzir em um terço a quantidade de funcionários na linha de produção de motores flex em São José dos Campos, no interior de São Paulo. Além disso, a montadora inicia amanhã um PDV (plano de demissão voluntária) na unidade paulista.
As informações foram obtidas por UOL Carros com o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos. De acordo com a entidade, a empresa vai remanejar aproximadamente 250 trabalhadores da fábrica de motores, que hoje opera com um contingente de 750 pessoas, para outras unidades do complexo industrial no Vale do Paraíba.
Segundo Renato Almeida, vice-presidente do sindicato, 165 funcionários serão deslocados para a linha de montagem da S10; outros 40 passarão a trabalhar na produção de motores turbodiesel; e cerca de 40 serão realocados para a fabricação de transmissões.
Ainda de acordo com o sindicalista, a GM “garantiu” que não fechará a unidade de motores bicombustíveis em São José dos Campos, tampouco cessará a fabricação de veículos, bem como de motores diesel e de transmissões. Além disso, diz Almeida, a companhia prometeu não promover demissões em massa no complexo industrial.
De tempos em tempos, há boatos de encerramento das atividades da montadora em São José. Em março, após ameaçar deixar de manter fábricas no Brasil, a General Motors anunciou ciclo de investimentos de R$ 10 bilhões para as fábricas paulistas – incluindo as instalações no Vale do Paraíba, que vão produzir novos veículos, segundo o dirigente sindical.
Por conta do investimento, a GM terá direito a abatimento de 25% do ICMS a ser recolhido pela empresa, conforme anunciou João Doria, o governador de São Paulo.
S10 e Trailblazer
A unidade de São José hoje é responsável por fabricar a picape S10 e o SUV Trailblazer, bem como transmissões, os motores flex 1.0, 1.4 e 1.8 e os propulsores a diesel. Já a nova fábrica de Joinville hoje produz o motor 1.0 turbo flex dos novos Chevrolet Onix e Onix Plus. A empresa também fazia os motores 1.0 e 1.4 bicombustíveis na cidade catarinense, cuja produção recentemente passou a ser feita apenas em São José.
“Queremos afastar esse fantasma do fechamento. A GM garantiu que não haverá demissões, porém não assinou compromisso. O sindicato segue em mobilização permanente”, disse o vice-presidente.
Procurada, a General Motors confirmou a existência do PDV, mas disse que não vai emitir nota oficial a respeito do assunto. Sobre o remanejamento de funcionários, a montadora disse que o objetivo é “adequar as necessidades entre as diversas unidades de produção”.
Quanto às demissões voluntárias, Almeida disse que a montadora ainda não detalhou as condições oferecidas. “O PDV vai valer para a fábrica toda. Acredito que a maioria dos desligamentos será de trabalhadores já aposentados ou em fase de aposentadoria”. (UOL Carros/Alessandro Reis)