Além do Fato
Governador Romeu Zema quer que o presidente da Cemig, Cledorvino Belini, faça valer sua influência no setor automotivo, atraindo para Minas uma montadora de veículos elétricos.
Cledorvino Belini, o diretor-presidente executivo do Grupo Cemig, se tiver tempo no expediente, poderá retornar incursões pelo passado recente, o mundo automotivo. É isso, pelo menos, o que deseja dele o governador Romeu Zema, além da preparação da privatização das empresas da Cemig.
O chefe do Governo de Minas quer o executivo também empenhado também, na tentativa de atração de projetos de montadora de veículos elétricos. Belini esteve, diretamente, por mais de quatro décadas dentro do setor automotivo. Mas, pelo visto, o executivo ainda não ingressou no plano B de Zema, feito em junho: colocar um pé à frente na indústria automotiva.
Seria o “grande projeto” de seu Governo, antes de completar um ano. E se possível com a FCA – Fiat Chrysler Automobiles.
Mas, nas tentativas do Governo de Minas, se não interessar, de imediato, à Fiat, que seja um projeto da Mercedes-Benz ou em suas instalações, em Juiz de Fora. Desde a inauguração, em 1999, aquela planta não virou um case entre projetos incentivados pelo Governo de Minas. Por lá rolaram até ações da Cemig como garantias de que Minas cumpriria o ofertado.
Cautela com expedientes de governo
Porém, se Belini ainda não saiu a campo, pode ser o desconforto que a missão causa, de carregar pastas brancas. As montadoras se tornaram um nicho volátil às coisas de governo. Mas cabe também o fato de conhecer bem os atrativos em outros estados que faltam a Minas. E, por fim, cautela com tratativas de muito apelo político, pois, enfrentou várias.
Na prática, o que Zema deseja é que Belini bata na porta da sala do comitato da Fiat SpA, em Torino, na Itália, e diga: levem um projeto de elétricos para Minas. Para Betim ou Sete Lagoas. E isso, é pouco provável que o presidente da Cemig fará.
A planta de Goiana, em Pernambuco, inaugurada em 28 de abril de 2015, é, portanto, mais moderna e flexível. E, ainda, tem vantagens logísticas para o mercado internacional, junto ao sistema portuário. Belini presidiu a Fiat em todas as fases daquele projeto, até a inauguração.
Belini deixou seu DNA na Fiat
Ingressou para o Grupo Fiat em 1973, para estruturar a rede de tratores e máquinas rodoviárias da antiga Fiat Allis, atual CNH. Fez carreira na Fiat Automóveis, onde se tornou presidente, em 2004. Depois, passou a acumular o comando da holding do grupo no país, a Fiat do Brasil. Foi com ele que começou a FCA na América do Sul. Presidiu a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), de 2010 a 2013.
Belini largou a presidência da FCA em novembro de 2015. Contudo, manteve ligações com a montadora. Ou seja, dos 70 anos de vida, 44 dedicados ao Grupo Fiat. (Além do Fato/Nairo Alméri)