MAN foi a montadora que mais cresceu em vendas internas no Sul Fluminense

Diário do Vale

 

Sul Fluminense- Das quatro montadoras instaladas na região, duas tiveram alta no número de emplacamentos, no período de janeiro a setembro deste ano, comparado ao mesmo período no ano passado. Os dados são da Anfavea (Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores).

 

A MAN, que produz caminhões e ônibus com sua marca e a marca Volkswagen, em Resende, comercializou, no mercado interno, 18.958 veículos nesse período contra 14.422 nos nove primeiros meses do ano passado, com um crescimento de 31,45%.

 

A PSA Peugeot Citroën, em Porto Real, teve alta de 4,95%, com 31.039 veículos emplacados entre janeiro e setembro deste ano, contra 29.574 dos nove primeiros meses de 2018.

 

A Jaguar Land Rover, que produz veículos de luxo em Itatiaia, teve redução de 13,51% na quantidade de veículos emplacados no período, com 5.678 nos primeiros nove meses deste ano, contra 6.565 no mesmo período do ano passado.

 

A Nissan – em termos de vendas, a maior montadora da região – também teve redução na quantidade de emplacamentos, vindo de 67.115 nos três primeiros trimestres do ano passado para 62.747 este ano. A redução foi de 6,51%.

 

Emplacamentos na região

 

As quatro maiores cidades da região tiveram alta na quantidade de emplacamentos de veículos novos nos nove primeiros meses deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado.

 

A maior alta, em termos absolutos, ocorreu em Volta Redonda, que emplacou 2.367 veículos novos de janeiro a setembro deste ano. Foram 424 a mais do que os 1.943 do mesmo período do ano passado, o que representa uma alta de 21,82%.

 

O segundo maior crescimento, em termos absolutos, foi registrado em Resende, que passou de 1.502 emplacamentos de veículos novos em janeiro a setembro de 2018 para 1.907 em 2019. Em termos percentuais, a alta de 26,96% foi a maior.

 

Em Barra Mansa, os emplacamentos passaram de 988 para 1.193, um crescimento absoluto de 205, e percentual de 20,75%. Já em Angra dos Reis, o aumento foi de 107 (1.394 este ano contra 1.297 no mesmo período do ano passado), ou 8,31%.

 

Vendas de veículos crescem 11,4% no acumulado até setembro

 

As vendas de veículos tiveram alta de 11,4%, de janeiro a setembro de 2019, na comparação com o mesmo período do ano passado. Considerando automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus, motocicletas, implementos rodoviários e outros, foram emplacados 2.952.485 veículos no período. Os dados foram divulgados pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).

 

No mês de setembro, 336.991 veículos novos foram comercializados, o que representa 12,48% de crescimento sobre o volume registrado no mesmo período de 2018, quando foram vendidos 299.605 veículos. Entretanto, na comparação com as 347.084 unidades registradas em agosto deste ano, houve leve queda, de 2,91%.

 

Para o presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Júnior, o mercado, ao final do terceiro trimestre, apresentou comportamento positivo, compatível com as expectativas da entidade. “O mercado continua estável, mas ainda em clima de espera, principalmente, por conta da realização das reformas necessárias, como notamos nos últimos meses. A leve retração, observada no mês de setembro, foi consequência de um dia útil a menos de vendas (21 dias em setembro, contra 22 dias úteis em agosto). Assim, ao consideramos o desempenho do mercado, em dias úteis, as vendas cresceram 1,9%”.

 

Os segmentos de automóveis e de comerciais leves, no acumulado dos nove primeiros meses, apresentaram crescimento de 8,75%, totalizando 1.935.013 unidades. Apenas em setembro, estes segmentos apontaram alta de 9,07%, na comparação com o mesmo mês do ano passado. Contudo, na comparação com agosto, houve leve retração, de 3,24%.

 

Outros segmentos

 

As vendas de caminhões, no acumulado de janeiro a setembro, mantiveram o ritmo de recuperação observado ao longo do ano, alcançando 74.747 unidades, o que representa 40,65% acima do volume registrado no mesmo período de 2018. “Para os modelos pesados e extrapesados, é o agronegócio que está puxando para cima, as vendas. Contudo, já começamos a observar uma retomada das atividades da indústria de papel e celulose e da construção civil, além do aumento de frotas próprias, de algumas empresas, e da renovação de frota das transportadoras”, comentou o vice-presidente da Fenabrave para o segmento de caminhões, ônibus e implementos rodoviários, Sérgio Zonta.

 

Em setembro, foram vendidos 9,3 mil caminhões, 38,76% de crescimento sobre igual mês do ano passado. Na comparação com agosto, a retração foi de quase 3%, por conta de menos dias úteis para emplacamento, em setembro.

 

As vendas de implementos rodoviários de janeiro a setembro seguiram o mesmo compasso de caminhões, somando 47.725 unidades, mais de 50% acima das vendas de iguais meses de 2018. No mês de setembro, este mercado alcançou 5.215 unidades emplacadas, crescimento de 42,6% sobre o mesmo período do ano anterior, mas, 9,15% de retração ante agosto.

 

O segmento de ônibus segue em alta no ano, quase 47% no acumulado dos nove primeiros meses, totalizando 19.830 unidades emplacadas. Os emplacamentos de setembro alcançaram 2.323 unidades, avanço de 20% sobre o mesmo mês de 2018, mas 14,25% abaixo do volume de agosto, por conta da sazonalidade das compras.

 

O segmento de motocicletas apontou avanço de 14,43% no acumulado até setembro, com 796.615 unidades emplacadas. Em setembro, foram emplacadas 87.744 motocicletas, 18,45% de alta sobre o mesmo mês do ano passado, mas retração de 1% ante agosto, em função de um dia útil a menos.

 

As vendas de tratores e máquinas agrícolas, no varejo, de janeiro a agosto, somaram 28.128 unidades, queda de 9% ante o acumulado dos oito meses de 2018. As vendas de setembro ficaram 15,4% abaixo do volume de setembro do ano passado, totalizando 4.297 unidades. Na comparação com agosto, este volume foi 15,5% superior.

 

Produção de veículos sobe 2,9% no Brasil

 

A produção de veículos subiu 2,9%, no acumulado até setembro de 2019, em comparação ao mesmo período do ano passado, com um total de 2,26 milhões de unidades em nove meses. Em relação a setembro do ano passado, o número representa uma alta de 10,9%.

 

Segundo o balanço divulgado na semana passada pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), foram fabricadas 247,3 mil unidades em setembro, contra 269,8 mil de agosto.

 

No acumulado dos primeiros nove meses, foram comercializados 2,03 milhões de veículos, uma alta de 9,9% em relação ao mesmo período do ano passado.

 

As vendas tiveram queda de 3,3% em setembro em relação a agosto, com a comercialização 234,8 mil unidades. O número significa um aumento de 10,1% sobre as vendas de setembro de 2018.

 

Exportações

 

As exportações acumulam queda de 35,6% de janeiro a setembro, com 337,5 mil unidades vendidas para o exterior. Em comparação com setembro de 2018, os 36,6 mil veículos exportados no último mês significam uma retração de 7,1% na comercialização no mercado externo. Entre agosto e setembro deste ano foi verificada ainda uma ligeira queda das exportações (-0,2%).

 

Emprego

 

O setor anotou em setembro uma queda de 3,4% no número de postos de trabalho em comparação com o mesmo mês de 2018. Atualmente, 127,9 mil pessoas trabalham na indústria automotiva, uma retração de 0,2% em relação a agosto.

 

Projeções

 

A Anfavea revisou de 9% para 2% a estimativa de crescimento na produção de veículos em 2019 em comparação com o ano passado. A projeção inicial, divulgada em janeiro, era que neste ano fossem fabricadas mais de 3,1 milhões de unidades. No entanto, o número previsto anunciado na semana passada é de 2,94 milhões.

 

A estimativa de vendas também caiu de 11,4%, no início do ano, para 9,1%. A projeção é que sejam emplacados 2,8 milhões de veículos em 2019. As exportações tiveram o maior recálculo.

 

A expectativa inicial era de estabilidade no patamar de 620 mil unidades vendidas para fora em 2019. No entanto, a previsão agora é que as exportações tenham queda de 33,2% neste ano, com a comercialização de 420 mil veículos no mercado externo.

 

Crise argentina

 

Segundo o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, a crise econômica na Argentina é o principal fator que determinou a revisão das estimativas. “O efeito Argentina é o mais relevante ajuste na previsão da Anfavea”, enfatizou hoje na apresentação do balanço do setor. Deixaram de ser vendidas 170 mil unidades que as montadoras esperavam enviar ao país vizinho.

 

Os problemas econômicos argentinos devem, na avaliação de Moraes, seguir impactando nas exportações brasileiras em 2020. “A Argentina continuará sendo um problema para a indústria em geral, para o setor automobilístico em especial”, destacou.

 

Ele disse que a indústria automobilística tem conseguido abrir outros mercados, mas o volume ainda é insuficiente para compensar as perdas no mercado argentino.

 

“Nós temos países que estão crescendo as exportações, como México, Colômbia, Peru. São países importantes, mas não vão compensar a perda que nós temos”, acrescentou. (Diário do Vale)