Energia solar vai impulsionar aumento do mercado de carros elétricos

Portal Solar

 

Novos veículos aproximam montadoras, fabricantes de equipamentos elétricos, distribuidoras de energia e setores de mobilidade elétrica

 

A união do carro elétrico, carregador e gerador solar fotovoltaico tem revolucionado a indústria de automóveis e deve ditar o futuro de montadoras, fabricantes de equipamentos elétricos, distribuidoras de energia e setores de mobilidade urbana.

 

No caso dos carros elétricos, por exemplo, o investimento em pesquisa é desproporcional à atual presença desses veículos no Brasil. Segundo o Sindipeças (sindicato de fabricantes de peças), em 2018, esses veículos somavam 11 mil unidades – ou 0,025% da frota total. Ocorre que as distribuidoras de eletricidade, fabricantes de carregadores e montadoras tentam buscar uma posição privilegiada para aproveitar uma onda bem maior que ainda está se formando.

 

No caso da distribuidora EDP Brasil, o plano é inaugurar 30 eletropostos na região Sudeste, entre 2019 e 2022, ao custo de R$ 32,9 milhões. Os estabelecimentos vão cobrir todo estado de São Paulo, disponibilizados a cada 150 quilômetros, menor distância que a autonomia das novas baterias.

 

O projeto também prevê a eletrificação das principais estradas que partem da capital (rodovias Tamoios, Imigrantes, Carvalho Pinto, Dom Pedro, Governador Mario Covas e Washington Luís), além da integração aos corredores elétricos já existentes (Via Dutra e Régis Bittencourt).

 

“Será um corredor atlântico ligando os dois maiores eixos do país, onde o motorista poderá percorrer mais de 1,4 mil quilômetros de Vitória (ES) até Joinville (SC), passando por Rio de Janeiro (RJ) e Curitiba (PR), sem emitir fumaça”, afirmou Miguel Setas, CEO da EDP Brasil.

 

E os investimentos não param por aí. Em setembro deste ano, a Aneel (agência reguladora do setor elétrico) aprovou 30 projetos de pesquisa e desenvolvimento em mobilidade elétrica, com investimento total previsto de R$ 463,8 milhões nos próximos três anos.

 

Liderados por empresas de energia, como EDP, CPFL, Light e Neoenergia, os grupos de trabalho atraíram gigantes mundiais como ABB, Efacec e Siemens (responsáveis por 90% do mercado de carregadores veiculares) e Grupo Volkswagen (maior montadora do mundo), além de instituições de estudo acadêmico como Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Universidade de Coimbra.

 

Segundo previsão do Boston Consulting Group (BCG), em 2030 os carros elétricos vão representar 5% da frota brasileira, com vendas de 180 mil unidades ao ano. “Quando me dizem ‘o Brasil tem etanol e vai demorar a adotar o elétrico’, eu respondo: o país é gigante, qualquer porcentagem é muita coisa”, disse Setas. E acrescentou que com a fatia de 5% do mercado já serão 2 milhões de carros e cerca de 400 mil pontos de carregamento, incluindo postos de abastecimento e, principalmente, sistemas de carregamento residenciais — como aqueles vendidos no mercado americano pela Tesla, integrados a baterias ou geradores de energia solar. “Um automóvel elétrico faz a conta de luz disparar, é verdade, porém o gasto com o abastecimento do carro é 25% inferior ao de um veículo a combustão”, completou.

 

O carro elétrico impulsiona a mobilidade elétrica. É possível equipar uma residência com um powerwall e entrar para o smart grid: às vezes consumidor, às vezes fornecedor de energia para a cidade. “Com o potencial de criar um consumo adicional de 11TWh de eletricidade, a mobilidade elétrica tem o que demandará um investimento em infraestrutura de R$ 33 bilhões até 2030”, apontou Nuno Pinto, chefe de Negócios B2C e Mobilidade Elétrica da EDP Smart. (Portal Solar)