Cummins busca maior participação em pesados

AutoIndústria

 

Diante do Proconve P8, a próxima etapa da legislação ambiental que se avizinha no País, a partir de 2023, a Cummins já se mexe para estar pronta a fim de atender à indústria de caminhão. Na Fenatran 2019, a companhia terá como uma das novidades, o X13, um motor de 13 litros com tecnologia de pós-tratamento inédita destinado a aplicações em veículos pesados.

 

O lançamento amplia a linha de oferta da empresa para serviços de longas distâncias rodoviárias, na qual já dispunha de motores de 9, 12 e 15 litros. O X13 proporcionará faixas de potência de 480 a 560 cv e torque de 2.400 (244,7 kgfm) a 2.500 Nm (265,1 kgfm).

 

O novo motor tem estratégia clara de buscar maior participação nas categorias de caminhões pesados, segmento no qual tradicionalmente as montadoras possuem a própria solução. De acordo com os dados da empresa, hoje a Cummins participa com 53% no segmento de leves, 66% no de médio e apenas 7% no de pesados.

 

“É uma longa jornada, mas apostamos no mesmo processo ocorrido com a família ISF. Inicialmente apresentaremos o conceito, a importação, e em função da demanda, a produção local”, resume Luis Pasquotto, presidente da Cummins Brasil e vice-presidente da Cummins Inc. “Ainda não posso revelar, mas com a Euro 6, nossa carteira de clientes irá aumentar”.

 

Pasquotto ainda lembra de gargalos no horizonte das montadoras, que terão de investir em diversos campos, das alternativas com combustíveis renováveis aos acionamentos elétricos. “Novas tecnologias levam anos para a empresa obter retorno, assim, parcerias serão inevitáveis”.

 

A Cummins traz argumentos poderosos para a introdução do X13. O motor agrega uma nova tecnologia de pós-tratamento denominada pela empresa de U Module.  Na prática, simplificou o fluxo dos gases, permitindo desenvolver um sistema 60% menor e 40% leve em relação à solução de tratamento anterior, o que tornou o motor mais estreito e compacto.

 

“O motor ganhou em eficiência energética e proporciona menos manutenção”, garante Adriano Rishi, diretor executivo de engenharia da Cummins para a América Latina. “E chegaremos com custo competitivo, afinal, menos peças resultam em menos compras”.

 

Para a Fenatran ainda a Cummins mostrará suas capacidades em soluções a gás, com os motores ISL, que “embora ainda caros, começam a surgir como atraente para aplicações em ônibus, pois garantem emissão próxima a zero”, pondera Rishi, e os serviços de repotenciamento Repower.

 

No caso, consistente na substituição de um motor original por um Cummins. A linha reúne motores mecânicos e eletrônicos para veículos comerciais e máquinas. “Projetos efetivos nos modelos Hyundai HR têm proporcionado menores custos operacionais aos clientes”, adianta Pasquotto. (AutoIndústria/Décio Costa)