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O governo argentino publicou hoje em seu Boletim Oficial, equivalente ao nosso Diário Oficial da União, o decreto 2019-48221692, que estabelece um programa de redução de impostos para incentivar a venda de automóveis híbridos e elétricos no país vizinho.
O decreto abrange até 6.000 veículos que podem ser importados desmontados ou prontos, por um período de 36 meses. Os impostos de importação variam de zero a 5% e incluem modelos elétricos, híbridos e movidos a célula de hidrogênio. No entanto, mas montadoras devem fazer uma espécie de pedido ao governo argentino, que delegou à Secretaria de Indústria e Serviços do Ministério da Produção a tarefa de selecionar e validar as cotas de importação.
Mais em conta
No mesmo decreto, o governo argentino autoriza as subsidiárias argentinas Hyundai Motor, Renault, Toyota e Mercedes-Benz a importarem os seguintes veículos com impostos reduzidos, respeitando a cota estabelecida:
Hyundai Iconiq: o sedã terá alíquota reduzida para 5% e virá na versão elétrica e híbrida, que é a maior aposta da montadora coreana.
O três volumes tem motor 1.6 litro de 105cv a gasolina combinado com um elétrico de 44cv, o que resulta em rendimento combinado de 141cv.
Mercedes-Benz Classe C EQ Boost: o sedã premium já vendido no Brasil terá impostos reduzidos no mercado argentino.
A fórmula do híbrido leve tem motor 1.5 turbo a gasolina de 184cv e um elétrico com 14cv adicionais (48 volts), que reforça o torque somente quando exigido e resulta em 184cv em rendimento combinado. As condições tributárias não foram detalhadas.
Toyota RAV4: O SUV terá 415 unidades importadas nos próximos três meses com redução de impostos garantida pelo governo argentino.
O SUV tem a mesma potência combinada da versão vendida aqui: 222cv, somando a força de um motor 2.5 a gasolina e três elétricos.
Lexus: Serão beneficiados modelos das linhas NX 300H, IS 300H e GS 450H que totalizam 449 unidades com redução de impostos.
Renault Kangoo: o furgão com motor elétrico terá a isenção de impostos prevista no decreto.
O motor tem 44kW, o que equivale a 60cv, com autonomia média de 210 quilômetros, o que pode aumentar conforme o perfil de uso e peso da carga. Apesar da popularidade do Zoe na Europa, a Renault não pediu redução de impostos para o compacto que também usa motorização 100% elétrica.
E aqui?
No Brasil, a única medida semelhante está prevista no Rota 2030, confirmado no final do ano passado e que prevê redução de 25% de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para uma alíquota que pode variar entre 7% e 20% nos veículos elétricos e híbridos a partir de novembro deste ano.
Por enquanto, a única montadora a confirmar a produção desse tipo de veículo localmente foi a Toyota, que ainda este ano lançará a nova geração do Corolla que terá uma versão híbrida flex, a única no mundo.
Consultada, a Anfavea, Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos, acredita que a medida do governo argentino não afeta em nada os planos de fabricantes e importadores já estabelecidos aqui. A entidade lembra que o Rota 2030 já estabeleceu incentivos para a pesquisa e desenvolvimento de modelos elétricos e híbridos no mercado nacional. (Portal R7/Marcos Camargo Jr.)