O Estado de S. Paulo
O Brasil ganha importância no mercado global de petróleo, segundo o último relatório da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês). A produção brasileira aumentou 135 mil barris/dia (b/d) em maio e atingiu o recorde de 2,83 milhões b/d graças à maior rapidez dos trabalhos de manutenção nas plataformas marítimas e à entrada em atividade de novas unidades produtivas.
Entre maio de 2018 e maio de 2019, a produção nos campos localizados na Bacia de Santos cresceu 240 mil b/d. Desse aumento, o Campo de Búzios participou com 195 mil b/d e terá papel-chave na alta da produção em 2019 e em 2020. Mas também vem ocorrendo uma recuperação da produção na Bacia de Campos, com destaque para o Campo de Jubarte.
A produção brasileira de petróleo bruto foi decisiva para o aumento da oferta dos países não ligados à Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). Entre o primeiro e o segundo trimestres de 2019, a produção total desses países passou de 63,9 milhões de b/d para 64,5 milhões de b/d, em parte devido ao crescimento da oferta na América Latina.
Com o crescimento da oferta fora da Opep, estimada pelos especialistas da IEA em 2 milhões de b/d neste ano e em 2,1 milhões de b/d em 2020, o mercado de petróleo deverá manter-se em equilíbrio. O aumento da demanda é inferior ao crescimento da oferta e os estoques nos países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) cresceram. Esta é uma das causas do recuo da ordem de 10% dos preços do óleo tipo Brent em junho. Alguns analistas, como os do banco JPMorgan, acreditam que as cotações poderão cair ainda mais nos próximos meses, para patamares inferiores a US$ 60 o barril.
Os países da Opep, com destaque para a Arábia Saudita, já reduziram a produção, na tentativa de evitar uma queda maior das cotações. Para 2020, o objetivo da Opep é manter os cortes, reduzindo a oferta para 28 milhões de b/d (em junho, a oferta era de cerca de 30 milhões de b/d, após ter atingido 32,4 milhões de b/d em novembro do ano passado).
A posição do Brasil no mercado do óleo tende a continuar melhorando, graças à política da Petrobrás voltada para o aumento da eficiência, redução do endividamento e prioridade nas atividades básicas (exploração e produção). (O Estado de S. Paulo)