Estradão
A mesma trajetória de recuperação verificada no mercado de caminhões, também marca o ambiente de veículos comerciais como furgões, vans e cabines-chassis. No recorte da categoria que abriga representantes para 3,5 a 5 toneladas, a Mercedes-Benz com a linha Sprinter tem aproveitado melhor o momento.
No primeiro semestre ano, em mercado que evolui 77%, para 15,5 mil unidades, a fabricante de São Bernardo do Campo (SP) participou com 34,9% das entregas ou 5,4 mil Sprinter, um crescimento de 66% sobre o desempenho apurado pela marca nos mesmos seis primeiros meses do ano passado.
Para Jefferson Ferrarez, diretor de vendas e marketing de vans da companhia, o comportamento do mercado apresentado até a primeira metade do ano foi boa surpresa. “Ninguém estimava crescimento de mercado tão acentuado. As projeções iniciais se situavam entre 25% e 30%, no máximo. Agora, as expectativas aumentaram, para o mercado chegar a ser até 40% maior.”
O executivo, no entanto, lembra que o resultado reflete uma recuperação tímida desde 2017, o pior ano para o segmento, quando totalizou 17,2 mil unidades, dos quais 6,3 mil representaram a retomada da liderança da Mercedes-Benz na categoria, com 36,7% de participação. “Foi um ano terrível, apesar de terminamos na frente.”
Da reconquista da liderança há dois anos e com o desempenho apurado no primeiro semestre, a meta da companhia é se manter no topo das vendas do segmento que, se confirmado, marcará o terceiro ano consecutivo com a maior fatia do mercado.
Para cumprir o objetivo, além de o diretor enxergar um conjunto de fatores que tornam o cenário mais favorável. Lista a tendência de aumento no consumo e da confiança do empresariado, os índices macroeconômicos estáveis, como inflação e taxas de juros, o crédito mais acessível, especialmente o CDC, e maior oferta de produtos de casa. “O transportador também deixou de comprar e, hoje, precisa renovar em virtude de custos operacionais maiores com veículos mais antigos.”
Ferrarez também lembra de ações que contribuem com o desempenho, como participações em feiras, demonstrações práticas na frota do cliente e campanhas comerciais.
Mas como destaca o executivo, há desafios a enfrentar. Apesar do crescimento da marca no segmento, Ferrarez confirma demanda maior do que a capacidade de entrega. “Atualmente, o estresse é administrar a ansiedade dos clientes. Se produzíamos 2 mil unidades, estamos tendo de atender 4 mil”, exemplifica.
A empresa não revela a capacidade de produção da unidade da Argentina, onde os Sprinter são produzidos. Segundo Ferrarez, a fábrica hoje trabalha com sua capacidade máxima de um turno e o Brasil absorve 85% da produção. “Ainda assim, alguns modelos de vans têm fila de espera de dois a três meses”. (Estradão)