Jornal do Brasil/Reuters
O governo espera que o acordo do Mercosul com a União Europeia contribua para a modernização do setor automotivo brasileiro, hoje pouco integrado às cadeias internacionais, avalia o Ministério da Economia.
“Temos que tornar o Brasil uma plataforma de exportações de automóveis”, afirmou o secretário de Comércio Exterior, Lucas Ferraz, destacando que o setor automotivo brasileiro “precisa ser reavaliado”.
Para Ferraz, o fato de a indústria automotiva ser voltada hoje essencialmente para o mercado doméstico está por trás da baixa escala e do que chamou de atraso do setor.
Em entrevista à imprensa, Ferraz afirmou que o acordo com a União Europeia, anunciado na última sexta-feira, prevê que as tarifas automotivas entre os dois blocos serão zeradas no prazo de 15 anos.
Haverá uma carência de sete anos, durante os quais as tarifas de importação do Mercosul ficarão inalteradas em 35%. Três anos após a carência, a tarifa chegará em 17,5%.
Os dois blocos também acertaram uma cota de 50 mil veículos que poderão ser importados imediatamente pelo Mercosul da UE com tarifa 17,5%. Deste total, 32 mil são para importações brasileiras.
O secretário especial de Comércio Exterior, Marcos Troyjo, afirmou que o acordo Mercosul-UE representa uma mudança no modelo comercial do país, por décadas pautado na lógica da substituição de importações -na qual o país procurava produzir a maior parcela dos bens que consumia.
“Estamos partindo para uma inserção internacional mais efetiva, é uma mudança de paradigma”, afirmou. (Jornal do Brasil/Reuters)