O Estado de S. Paulo
Os bens mais valiosos apreendidos de condenados na Lava Jato no Rio não conseguiram comprador no primeiro leilão, realizado ontem pela Justiça Federal. A Lamborghini que ficava como decoração na sala do empresário Eike Batista, a lancha do ex-governador Sérgio Cabral (MDB) e a fazenda Três Irmãos do operador Carlos Miranda voltarão a leilão no dia 18.
De um total de bens estimados em mais de R$ 13 milhões, foram recuperados apenas R$ 90,5 mil, referentes à venda de um Jet Ski (R$ 43,5 mil) e uma Jet Boat (R$ 47 mil), ambos de Eike. Ao todo, 30 pessoas se inscreveram para participar do leilão via online, apesar de ter sido montada estrutura para venda presencial, no prédio da Justiça Federal no Rio.
Segundo o leiloeiro Renato Guedes, é comum a venda fracassar na primeira tentativa, já que na segunda rodada é concedido desconto. No caso dos bens apreendidos pela Lava Jato, os preços serão 20% menores, conforme determinação do juiz Marcelo Bretas. Com isso, a Lamborghini de Eike vai baixar para R$ 1,7 milhão. A fazenda Três Irmãos terá o preço ajustado para R$ 2,2 milhões. As lanchas Manhattan Rio, de Cabral, e Spirit of Brazil, de Eike, irão à venda por R$ 2,3 milhões e R$ 2,8 milhões, respectivamente.
Depredada
Entre os itens mais caros do leilão, a propriedade Três Irmãos fica em Paraíba do Sul, na divisa do Rio com Minas, e pertence a Miranda, apontado como operador de Cabral no esquema de corrupção e desvios alvo da Lava Jato. Bloqueada por causa das investigações, a fazenda está depredada, sem animais e teve equipamentos e objetos furtados. O deck de madeira da piscina, por exemplo, foi levado, informa o edital.
Todos os recursos são depositados na Justiça para que o juiz Bretas decida qual o destino será dado. (O Estado de S. Paulo/Denise Luna e Vinicius Neder)