AutoIndústria
Diante de um varejo morno, com vendas praticamente estáveis em relação ao ano passado, a Fenabrave revisou para baixo a projeção de crescimento do mercado total de veículos para este ano. A meta inicial de expansão de 11,2%, o que representaria perto de 2,85 milhões de emplacamentos, foi reduzida para 8,4%, algo em torno de 2,78 milhões de veículos frente aos 2,57 milhões comercializados no ano passado.
O problema principal está no segmento de automóveis e comerciais leves, que deve desacelerar neste segundo semestre, segundo avaliação do presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Júnior. A projeção nesse caso foi reduzida de uma alta de 11% para 8%, ou seja, volume próximo de 2,67 milhões de unidades, ante as 2,47 milhões de 2018.
Já no caso dos caminhões, a revisão foi para cima – crescimento de 17,8%, ante os 15,4% projetados anteriormente. Se confirmada a nova meta para os pesados, o número de emplacamentos chegará a 89,9 mil caminhões, ante as 76,4 mil do ano passado.
O representante dos concessionários explicou que apesar da evolução de 10,8% nas vendas de veículos leves no primeiro semestre deste ano (de 1,13 milhão para 1,25 milhão), verifica-se uma desaceleração no varejo (veja abaixo tabela com números de junho e do semestre). Esse índice de crescimento foi sustentando principalmente pelas vendas diretas, que evoluíram 23,59%, enquanto no varejo a alta foi de apenas 2,17%.
Por causa do quadro atual da economia, que não se recuperou como previsto com a chegada do novo governo, o consumidor, diz Assumpção Jr., está em compasso de espera. “A instabilidade política e econômica reduz a confiança do consumidor e, consequentemente, afeta as vendas no varejo”, comentou o presidente da Fenabrave nesta terça-feira, 2, admitindo que a expectativa era de um cenário mais favorável do que o existente no momento.
Os estoques na rede, de acordo com a entidade, subiram de 23 para 26 dias, de 186,5 mil veículos em maio para 189 mil em junho. Assim como acontece nas vendas no atacado, também no varejo os concessionários estão operando com descontos significativos. Assumpção Jr. preferiu não falar em números, pois os abatimentos variam de acordo com a marca e até mesmo com os modelos. (AutoIndústria/Alzira Rodrigues)