Frota & Cia/O Estado de S. Paulo
De acordo com pesquisa, realizada entre 2009 a 2016, 7,8% dos caminhoneiros fazem uso de algum tipo de droga. Vilma Leyton, autora da pesquisa é professora da área de medicina legal da Universidade de São Paulo (USP). Durante o período de pesquisa foram coletadas amostras de urina de 4.110 caminhoneiros abordados em blitz da Polícia Federal.
Durante os oito anos da pesquisa, a cocaína esteve presente em 3,6% das análises. Enquanto a anfetamina foi atestada positivo 3,4% e a maconha 1,6%. Vale lembrar, que no projeto de lei apresentado esta semana pelo governo propõe o fim da exigência do exame toxicológico para motoristas profissionais.
Segundo Dirceu Rodrigues Alves Junior, presidente da Abramet (Associação Brasileira de medicina de Tráfego), o governo deveria fazer o contrário. O médico utilizou da rotina dos profissionais para explicar a escolha, de algum deles, para o uso de substâncias químicas. “O caminhoneiro tem jornada excessiva. Descansa pouco. É sedentário e se alimenta mal. Tem obstrução das vias respiratórias e ao acordar cansado, volta a fazer uma jornada excessiva.”
Sob o mesmo ponto de vista, Norival Almeida Silva presidente do Sindicato dos caminhoneiros de São Paulo (Sindicam-SP), defendeu a categoria. Segundo Norival, a jornada desgastante e a necessidade de trabalhar em demasia, levam o caminhoneiro a fazer uso de droga. “Se as jornadas de trabalho fossem cumpridas e a tabela do frete respeitada. O caminhoneiro não precisaria trabalhar tanto sem conseguir repousar”. Ainda mais, finaliza: “Caminhoneiro também precisa comer e pagar conta”. (Frota & Cia/O Estado de S. Paulo)