Jornal do Carro
O dia está quente e a mãe ou pai chega apressado(a) ao supermercado. Encontra uma vaga no estacionamento, para. Desce correndo do carro, tranca a porta, vai resolvendo problemas pelo celular, tudo ao mesmo tempo. Só não se deu conta de que no banco de trás havia um nenê, seu filho que dormia quietinho. Quando volta para o carro, tarde demais: a tragédia está consumada. A criança morreu de insolação.
A reação de muitos pais e mães diante do parágrafo anterior é julgar. “Que pai/mãe desnaturado(a). Isso jamais aconteceria comigo e com a minha família”. Pois nos Estados Unidos pelo menos 800 crianças morreram dentro de carros quentes nos últimos vinte anos.
Em resposta a isso, o Congresso norte-americano estuda tornar obrigatória a implantação de sistemas de alerta dentro dos carros. Esses dispositivos emitiriam um lembrete sonoro e visual para o condutor do veículo, ao desligar o motor, verificar o banco traseiro.
A novidade não valeria só para os próximos carros a sair das linhas de montagem. Os estudos ligados ao projeto analisam também a viabilidade de instalar o novo sistema em modelos mais antigos.
Uma aliança representando montadoras como GM, Volkswagen e Toyota já se posicionou de forma favorável à ideia. Em nota, as empresas se prontificaram a analisar com cuidado o projeto, mas ponderaram que menos de 13% dos compradores de carros novos nos EUA têm filhos com idade inferior a seis anos. “Leva cerca de duas décadas para que uma nova tecnologia chegue a todos os veículos. Mas uma maior conscientização pode salvar vidas hoje.”
A proposta é patrocinada por vários parlamentares, incluindo o presidente do Comitê de Comércio do Senado, Roger Wicker, republicano, a democrata Maria Cantwell e o deputado Jan Schakowsky, que preside um subcomitê de segurança automotiva que realizou uma audiência sobre o assunto na quinta-feira.
Schakowsky disse que 48 crianças morreram de insolação em carros apenas no ano passado. “Na grande maioria desses casos, o adulto não percebeu que a criança estava dentro do carro. Não basta educar os pais sobre os riscos”, disse.
Em 2016, a GM já introduziu em parte da sua linha um alerta de segurança para lembrar os motoristas de verificar as crianças nos bancos traseiros. Ele só entra em ação quando, antes do início do último deslocamento, alguma porta traseira foi aberta, o que poderia ser indício de que uma criança foi transportada nesse trajeto. (Jornal do Carro)