Diesel deve ser reajustado a cada 90 dias, defende CNT

Portal CNT

 

O presidente da CNT (Confederação Nacional do Transporte), Vander Costa, defendeu que o valor do diesel deve ser reajustado em um período mais amplo que o atual. A declaração foi realizada durante uma audiência pública da Comissão de Viação e Transportes, na Câmara do Deputados, na última quarta-feira (8). Vander defende que a Petrobras deve adotar uma periodicidade mínima de 90 dias para reajustar o valor do óleo diesel no mercado brasileiro.

 

O presidente da CNT afirmou que é compreensível a precificação estar alinhada às cotações internacionais. Porém, frisou que a gestão dessas oscilações deve ser feita sem colocar em risco atividades essenciais para a economia nacional, como o transporte de cargas. “Nós, transportadores, não temos a capacidade técnica de suportar o aumento de preços diários, quinzenais ou até mesmo mensais. Nossa proposta é que as variações – que acompanham o mercado internacional – sejam feitas no intervalo mínimo de 90 dias”.

 

Segundo Vander, a Petrobras tem condições de estabelecer essa periodicidade de ajustes no preço do diesel sem necessariamente alterar a sua política de preços. “A empresa tem de assumir o custo de fazer um hedge (instrumento que tem como objetivo proteger operações financeiras do risco da volatilidade de preço dos ativos) e, com isso, reduzir o impacto negativo que as oscilações mais severas de preço de petróleo podem ter no mercado brasileiro”. Assim, a Petrobras não apenas protegeria o seu próprio fluxo de caixa, como, ainda, contribuiria para a estabilidade dos preços do diesel no país e para o aumento do grau de confiança do setor de transporte.

 

Ajustes no frete pago aos transportadores

 

Além disso, Vander propôs que sejam feitos ajustes no frete pago aos transportadores que atendem a estatal, isso quando ocorrer a oscilação do valor do diesel. “A Petrobras poderia dar o exemplo ao mercado e, quando houvesse o reajuste do diesel, automaticamente subir o preço do frete pago por ela.”

 

Na avaliação do presidente da CNT, tal iniciativa faria com que o mercado (como as demais petrolíferas que atuam no país) acompanhasse a medida da Petrobras, criando um ciclo virtuoso no mercado de fretes. Com isso, evitaria que o custo relativo à volatilidade do preço do petróleo – e do diesel – ficasse concentrado nos transportadores. (Portal CNT/Diego Gomes)