O Estado de S. Paulo
A queda nas exportações de veículos tem sido suficiente para neutralizar o crescimento do mercado interno em 2019, levando a produção das montadoras a ficar estável no acumulado de janeiro a abril ante igual período do ano passado. É o que mostra balanço divulgado ontem pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
Neste ano as montadoras produziram 965,4 mil veículos, queda de 0,1% em relação a igual intervalo do ano passado. Em abril, houve crescimento de 0,5% ante igual mês de 2018, com 267,5 mil automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus. Em relação a março o crescimento foi de 11,1%.
As exportações recuaram 45% no ano, para 139,5 mil veículos. Em abril houve queda de 52,3% ante igual mês de 2018, com 34,9 mil unidades. Comparado a março, o volume foi 10,5% menor. O principal motivo para o tombo é a crise da Argentina, principal destino das exportações brasileiras.
O país vizinho enfrenta desde o ano passado grave crise econômica, com desvalorização da moeda local e aceleração da inflação. O presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, disse que ainda é cedo para rever a projeção para a produção do ano, que aponta alta de 9%. Segundo ele, uma revisão deve ser feita em meados do ano.
“A crise é muito grande, é muito difícil saber para que lado vai a Argentina, teremos de sentir um pouco mais”, afirmou Moraes, lembrando que o país vizinho passará por eleições presidenciais no segundo semestre, o que cria instabilidade para a economia.
As vendas internas cresceram 6,7% em abril ante igual mês de 2018, para 231,9 mil unidades. Em relação a março, houve alta de 10,9%. No acumulado foram 839,5 mil unidades vendidas, 10% a mais que no ano passado.
As fabricantes criaram 174 vagas em abril. Em 12 meses, o saldo é negativo, com o fechamento de 1.595 postos de trabalho. O setor conta com 130.154 funcionários, retração de 1,2% em relação a igual mês do ano passado. (O Estado de S. Paulo/André Ítalo Rocha)