O Estado de S. Paulo
Queda de exportações, greve em fábrica da Ford e enchente em unidade de caminhões da Mercedes-Benz determinaram uma queda na produção de veículos de 6,4% entre fevereiro e março de 2019 e de 10,1% entre março de 2018 e março de 2019, segundo a associação das montadoras (Anfavea). Em contraste com o que ocorreu na produção, as vendas no mercado interno aumentaram 5,3% e 0,9% nas mesmas bases de comparação.
Na comparação entre os primeiros trimestres deste ano e do ano passado, a produção de 695,7 mil veículos caiu apenas 0,6%, enquanto os licenciamentos avançavam 11,4%, envolvendo 607,6 mil unidades. Ainda mais expressivos foram os números dos distribuidores de veículos associados à Fenabrave, registrando um crescimento de 13,4%, para 904,8 mil unidades, entre os primeiros três meses de 2018 e 2019. A estatística inclui as vendas de 258,7 mil motocicletas, expansão de 17,9% em relação a igual período de 2018.
Apesar das oscilações, não se pode falar em ambiente negativo para o setor de veículos. O comportamento do segmento tem sido decisivo para assegurar algum crescimento da indústria manufatureira e persiste uma demanda satisfatória de veículos.
Em 12 meses, até março, a produção de 2,88 milhões de unidades superou em 2% a dos 12 meses anteriores e os licenciamentos, em igual período, aumentaram 13,6%, para 2,63 milhões de unidades.
O comportamento das vendas no atacado de máquinas agrícolas e rodoviárias também é promissor, com alta de 31,6% entre fevereiro e março, de 23,5% entre os primeiros trimestres de 2018 e de 2019 e de 21,9% nos últimos 12 meses.
A oferta de crédito para a aquisição de autos aumentou 4,4% entre o primeiro bimestre de 2018 e de 2019 e 15% em 12 meses, até fevereiro. A melhora dos financiamentos ajudou a desovar os estoques, mas as distribuidoras também estão mais ágeis, oferecendo condições favoráveis aos compradores de veículos.
A disposição de investir persiste. Prova disso é a expectativa de venda de fábrica da Ford em São Bernardo do Campo, como foi divulgado há pouco. Apesar da evolução satisfatória, porém, as montadoras estão cautelosas com custos, reduzindo o nível de emprego em 0,8% entre fevereiro e março, o que corresponde a cerca de mil postos de trabalho. (O Estado de S. Paulo)