AutoIndústria
Agências de notícias internacionais asseguraram nesta segunda-feira (25): a FCA, Fiat-Chrysler Automobiles, teria, de fato, recebido e rejeitado oferta da PSA Peugeot Citroën para uma possível união. O acordo poderia colocar os dois grupos entre os três ou quatro maiores fabricantes mundiais de veículos, ao lado da Volkswagen, Toyota e da Renault-Nissan-Mitsubishi.
Em visita ao Brasil na semana passada, Carlos Tavares, CEO mundial da PSA, no entanto, afirmou que os rumores sobre uma possível negociação com FCA ou mesmo com a Jaguar Land Rover não passavam de especulações. Apesar disso, admitiu que a empresa está sempre disposta a agarrar uma oportunidade de compra, parceria ou fusão, desde que a operação acrescente valor aos das empresas anteriormente separadas.
Foi o que teria acontecida, segundo Tavares, com a da Opel-Vauxhall, em 2017. A montadora alemã, mergulhada em prejuízos ao longo das duas últimas décadas, tinha forte presença em mercados-chave para a expansão dos negócios da PSA.
Com o imediato compartilhamento de projetos com Peugeot e Citröen e um plano de recuperação econômica desenhado pela equipe de Tavares, a Opel voltou ao lucro em 2018 e já tem acertada sua volta a mercados sul-americanos, a começar pelo Chile e países andinos.
Uma união com a FCA teria também esse caráter de ampliação de horizontes, além dos imaginados ganhos de escala, sinergias em desenvolvimentos de produtos e serviços e, sobretudo, compartilhamento de custos.
No começo do ano, a PSA anunciou que pretende retornar aos Estados Unidos. Assim, a junção com o grupo ítalo-americano, que tem a Jeep entre as principais marcas na América do Norte, serviria para facilitar o acesso ao novo mercado. Talvez até utilizando a ampla rede de concessionárias já existente.
Segundo as agências internacionais, porém, a FCA teria interrompido – com a concordância da família Agnelli, a maior acionista do grupo, que não estaria interessada em ações da PSA – as tratativas por entender que uma fusão não aumentaria sua exposição na Europa, ainda hoje o maior mercado mundial da PSA.
Isso mesmo depois de o CEO Mike Manley ter afirmado no Salão de Genebra, no início deste mês, de que não se oporia a algum tipo de acordo com o grupo francês. (AutoIndústria)