Portal Exame/Bloomberg
A grande transformação do setor automotivo começou a chegar com força. Quem presta atenção sabe que uma mudança vem aí para as fabricantes de veículos globais que estão lidando com novas tecnologias, padrões de emissões mais rigorosos e aplicativos que transformaram os compradores de carros em locatários ou simples passageiros.
Por enquanto, a mudança do setor tem sido abstrata, mas novas revelações começaram a chegar nesta semana, no salão do automóvel de Genebra. Nas discussões entre executivos predominaram assuntos como a colaboração e a consolidação, em vez de novos modelos. Nos mercados, as consequências da transformação estão provocando cada vez mais vítimas.
Advertências sobre lucros, metas descumpridas e preços de ações em queda em fornecedoras de autopeças como a Schaeffler e a ElringKlinger – pilares do setor – evidenciam a profundidade da turbulência na base. Além disso, com as notícias de que duas arquirrivais do segmento de luxo, a BMW e a Daimler, farão uma parceria em direção autônoma e de que a Volkswagen deixará que uma startup compartilhe a tecnologia para carros elétricos que a empresa alemã quer tornar padrão global, os novos contornos do setor já estão se delineando.
“Estamos entrando em um período em que o caos vai tornar a concorrência extremamente seletiva”, disse Carlos Tavares, CEO da PSA Group, em Genebra. “Talvez isso mude o modo como nossas empresas operam e também pode acabar criando oportunidades para fazer transações”. (Portal Exame/Bloomberg/Elisabeth Behrmann, Oliver Sachgau e Christoph Rauwald)