AutoIndústria
A fábrica da Hyundai Motor Brasil em Piracicaba (SP) completou seis anos em novembro, mas o presente de aniversário foi anunciado só agora. A unidade, projeto inicial de US$ 700 milhões, terá sua capacidade produtiva anual ampliada para 210 mil veículos, 17% a mais do que os 180 mil com que vinha operando desde 2013, quando adotou o terceiro turno de trabalho.
Apesar de pequeno, esse fôlego extra será fundamental para que a Hyundai acompanhe o crescimento médio estimado para o mercado interno da ordem de 10% em 2019 e, em especial, tenha condições de ao menos manter a sexta colocação no ranking das marcas mais vendidas do País.
A disputa está na base de poucas mil unidades de diferença entre três marcas. No ano passado, a Hyundai negociou no mercado interno 206,6 mil veículos, equivalentes a 8,4% de participação em automóveis e comerciais leves. Ficou logo atrás da Renault, que obteve 8,7% ao vender 214,9 mil veículos, e imediatamente à frente da Toyota, que registrou 200,1 mil emplacamentos e participação de 8,1%.
Apesar dos recordes de 2018 em unidades vendidas e também produção, que superou 193 mil veículos com a utilização de horas extras, a maior participação da Hyundai no mercado brasileiro foi alcançada em 2016, quando os quase 198 mil veículos vendidos equivaleram a 10% do mercado interno e garantiram a quarta colocação.
Desde então, por conta muito da falta de oferta de produtos, a participação da marca vem recuando. Em 2017, mesmo com 202 mil veículos vendidos e fatia de 9,3%, foi ultrapassada pela Ford.
O gargalo produtivo fica explícito quando se sabe que mais de 95% da sua produção dos modelos HB20 e Creta são destinados ao mercado interno. Apenas os 5% restantes seguem para outros países da América do Sul. Em 2018 até mesmo versões PCD, segmento em franca ascensão, deixaram de ser temporariamente fabricadas pois a Hyundai não conseguia dar conta da demanda.
O aumento da capacidade produtiva, afirma a montadora, exigirá investimento da ordem de R$ 125 milhões em melhorias dos processos e aquisição de equipamentos, incluindo robôs.
Com essas intervenções, a linha de montagem passará a trabalhar no ritmo de 42 veículos por hora, seis a mais do que vinha operando com três turnos mais as horas extras, que agora serão eliminadas. Piracicaba conta com 2,7 mil funcionários.
“Nossa fábrica passou por melhorias nas estruturas de solda, pintura e montagem, o que torna possível esse aumento na produção. O volume adicional de 30 mil veículos vai atender prioritariamente o mercado brasileiro”, admite Eduardo Jin, presidente e CEO da Hyundai Motor Brasil, reconhecendo, assim, a preocupação em reverter a curva descendente de participação dos últimos dois anos. (AutoIndústria)