Jornal do Carro
A Lifan não vai mais produzir carros no Uruguai. A filial da empresa no Brasil encolheu e seu então presidente, Johnny Fang, voltou para a China – a informação é do site Automotive Business. O substituto do executivo deve chegar ao País nas próximas semanas.
Só depois disso a companhia revelará seus planos para o mercado brasileiro. Isso inclui o lançamento (ou não) do X70, que foi apresentado no Salão do Automóvel, em novembro do ano passado, mas ainda não foi lançado no País.
Segundo um porta-voz da Lifan, a rede de concessionárias continua operando normalmente. Atualmente há cerca de 30 autorizadas da marca no País.
A ideia é vender os estoques do SUV X80 feitos no Uruguai. Depois disso, segundo informações da marca, os produtos deverão passar a vir diretamente da China.
A decisão de encerrar a produção no Uruguai, segundo o porta-voz, tem a ver com a implementação do Rota 2030. De acordo com ele, com o novo programa automotivo é mais vantajoso importar da China que produzir veículos na região para vendê-los no Brasil.
Lifan levou quatro modelos ao Salão
Em novembro, durante o Salão do Automóvel de São Paulo, a LIfan apresentou quatro modelos. Desses, três eram SUVS.
O principal destaque foi o X70, que teve o lançamento no Brasil sucessivamente postergado. Outra novidade era o My Way, que é vendido na China desde 2016. A marca trouxe o SUV de sete lugares para testar o interesse do consumidor brasileiro.
Com o mesmo objetivo a Lifan trouxe a minivan M7 ao Salão. O terceiro SUV apresentado na feira era o conhecido X80.
Fábrica está parada há mais de seis meses
A planta da Lifan em San José de Mayo, no Uruguai, foi erguida em 2010 pela Effa Motors. A empresa produzia veículos de marcas chinesas como Hafei e JMC. Seu carro mais conhecido era o hatch LF 320, que ganhou notoriedade pelo visual, “inspirado” no do britânico Mini Cooper.
Em 2013, a fábrica passou a ser controlada pela Lifan. Beneficiada pelos acordos comerciais do Mercosul, era interessante para a empresa montar seus veículos no país vizinho com peças vindas da China. Isso porque a produção regional evitava o pagamento dos 35% de imposto de importação.
Após vários percalços e modelos que não chegaram a fazer sucesso, como a picape Foison e o sedã 530, a produção foi interrompida em 2016. A fábrica voltou a funcionar em meados de 2017.
Em junho do ano passado, a produção foi interrompida novamente. Segundo informações da empresa, com a alta do real em relação ao dólar, cada unidade produzida do X80 gerava US$ 10 mil de prejuízo. No total, foram feitas cerca de 320 delas.
Os 125 funcionários foram dispensados. Inicialmente, a ideia era paralisar a produção por quatro meses, na esperança de que os ventos mudassem. Mas a aprovação do Rota 2030, no fim do ano passado, jogou a última pá de cal na trajetória da planta. (Jornal do Carro)