Carros elétricos aumentam no Brasil, mas preços continuam altos

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Os carros elétricos são uma das melhores soluções para reduzir a poluição nas grandes cidades. Entretanto, no Brasil os carros elétricos ainda são uma raridade por causa das taxas de importação, já que eles não são produzidos no Brasil, e porque ainda são produzidos em quantidades pequenas e direcionados para públicos de classe A que pagam caro por eles.

 

Finalmente as concessionárias já apresentam de forma menos rara modelos elétricos. Em 2019 trarão diversos lançamentos desse tipo. Apesar disso, a pouca infraestrutura de recarga e os preços proibitivos ainda são obstáculos que irão levar tempo para serem superados. Um dos modelos novos e que participou do último salão do automóvel foi o elétrico Bolt da Chevrolet, que vai custar salgados 175 mil reais em 2019.

 

O presidente da GM do Brasil, Carlos Zarlenga, crê que só o ato de colocar os modelos nas ruas vai despertar o interesse dos clientes, impulsionando projetos infra-estruturantes. Ele declara que “Acredito que teremos alguns consumidores que comprarão o carro e demandarão mais infraestrutura”, e completa afirmando, “Logo teremos startups que irão oferecer carregamento em shoppings, por exemplo. Isso já começou a acontecer na Europa e nos EUA”.

 

A GM ainda não produz elétricos no Brasil, assim como todas as outras montadoras, mas vai importar três modelos a partir de 2019, sendo eles, Soul, Nilo e Optima. Entretanto, vai levar um tempo para esses modelos serem vendidos e até trazidos em escala. José Luiz Gandini, presidente da KIA no país, explica os problemas para o barateamento, “Estes modelos têm um custo muito mais alto lá fora por causa da tecnologia embarcada, mas não vejo muita saída. O mundo vai entrar nessa linha de carros elétricos e híbridos”. Sobre a Lei de Eficiência Energética Gandini esclarece que “O Imposto de Importação e o [Imposto sobre Produtos Industrializados] IPI já foram reduzidos junto com a aprovação do programa Rota 2030, então o incentivo está dado”.

 

A Nissan já está vendendo o novo Leaf, totalmente elétrico e produzido na Inglaterra, a preços a partir de 178,4 mil reais. O carro tem autonomia de 270 a 380 km. O presidente da Nissan Marco Silva prevê que “A perspectiva é que elétricos e híbridos representem 15% do mercado brasileiro até 2025”, previu o presidente da Nissan do Brasil. A Honda também pretende trazer três modelos híbridos ao Brasil em um prazo mais longo, de cinco anos.

 

Para explicar a demora, o presidente da Honda América do Sul, Issao Mizoguchi, diz, “Podemos lançar um CR-V híbrido. O ideal é que seja flex também, mas o preço é muito alto. Vai demorar para pegar aqui”. A Ford ainda não tem planos de lançar um híbrido ou elétrico no Brasil, demonstrando estar atrasada nesse quesito.

 

O vice-presidente de assuntos corporativos da Ford para América do Sul, Rogelio Golfarb, justifica isso reclamando da falta e clareza das autoridades nas políticas de redução do IPI, ao dizer “O corte no IPI para híbridos e elétricos fará com que os veículos venham de acordo com a demanda do mercado. Mas o preço depende de volume e inovação”,

 

Outras empresas que também parecem não confiar no cliente brasileiro são Toyota e Volkswagen, que no máximo vão lançar híbridos no Brasil, não tendo sequer planos em relação a elétricos exclusivos.

 

O presidente da Volkswagen América Latina, Pablo Di Si, Põe a responsabilidade na falta de carregadores “Por enquanto é difícil ir de São Paulo ao Rio de Janeiro pela falta de postos de abastecimento elétrico”. Apesar disso, a Volkswagen vai oferecer o híbrido Golf a partir de 2019. Já em relação a Toyota, o modelo lançado será o Prius híbrido flex, que vai funcionar com eletricidade, gasolina e álcool. (Portal Energia)