“Retomada da economia é o que vai ser o motor dos negócios”

O Estado de S. Paulo

 

Líder em fusões e aquisições no ano passado no Brasil, o Itaú BBA vê o ano de 2019 bem aquecido, impulsionado pela troca de governo e perspectivas de crescimento da economia. “A agenda do presidente Jair Bolsonaro prevê um pacote de privatizações, que deverá incluir importantes ativos em infraestrutura à venda”, diz Roderick Greenles, diretor de Investment Banking do banco. Em 2018, segundo o relatório da Dealogic, o Itaú BBA liderou as transações de M&A, movimentando US$ 23,4 bilhões e 41 operações fechadas. O banco assessorou a Suzano na fusão com a Fibria, a maior transação de 2018, e a Eletropaulo, que foi comprada pela italiana de energia Enel.

 

O Itaú BBA participou de duas importantes operações de fusões e aquisições no ano passado. O ano de 2019 será movimentado?

Operações de fusão e aquisição não fecham do dia para noite, diferentemente do mercado de capitais. Mas a perspectiva é que o ano seja bem intenso. O novo governo sinalizou ao mercado com um pacote de privatizações bastante robusto e que têm potencial para atrair vários investidores.

 

O Brasil vai continuar atraindo capital estrangeiro?

Sim. A presença de investidores internacionais vai aumentar este ano. Há vários ativos que podem ser colocados à venda e devem começar a ser negociados nos próximos meses.

 

Quais são os principais setores de negócios?

Infraestrutura vai continuar movimentando negócios. O destaque deverá ser o setor de energia, que tem atraído atenção de empresas internacionais, além das concessões. Empresas de saúde também continuam no radar, não só porque nosso sistema público de saúde é deficitário, mas também pelo mercado em si, que está em consolidação.

 

Os ativos brasileiros continuam baratos?

A tendência é de que os preços dos ativos se valorizem, mas ainda há oportunidades boas como um todo. O mercado brasileiro está ganhando segurança.

 

Neste pacote de empresas que poderão ser vendidas, há também ativos de grupos envolvidos na Operação Lava Jato?

Há um volume menor de empresas envolvidas na Lava Jato à venda. Eu diria que a retomada da economia é o que vai ser o grande motor dos negócios deste ano. (O Estado de S. Paulo/Mônica Scaramuzzo)