Com setor automotivo otimista, é hora de trocar de carro em 2019?

Portal Exame

 

O setor automotivo está otimista em 2019. Financiamento mais fácil e queda no desemprego e na inflação devem levar mais consumidores a comprar um novo veículo. Mas, afinal, vai ser um bom ano para trocar de carro?

 

No ano passado, o desempenho do setor automotivo foi maior do que o esperado, por causa  da melhora na confiança dos consumidores na economia. O emplacamento de carros cresceu 14% em 2018, segundo a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).

 

“A queda na taxa de juros e a melhora da inadimplência geraram uma oferta de crédito maior, impulsionando a venda de automóveis”, diz Alarico Assumpção Júnior, presidente da Fenabrave. A expectativa é que o setor tenha alta de 10% neste ano.

 

A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) também está otimista. A entidade projeta um aumento de 11% no licenciamento de veículos em 2019.

 

Para o consumidor, a queda do desemprego e da inflação permite controlar melhor o orçamento e fazer novos planos. Além disso, vai ser mais fácil conseguir financiamento no banco em 2019. O mercado de empréstimos e financiamentos deve ter seu melhor desempenho em cinco anos, segundo economistas do Banco Central.

 

Mas é preciso tomar cuidado com tanto otimismo. “O momento só é favorável para trocar de carro para quem se planejou e não vai se endividar além do que pode”, diz Michael Viriato, coordenador do laboratório de finanças do Insper.

 

Além disso, apesar do desejo, só é hora de trocar de carro quando o custo com manutenção começa a ficar elevado, segundo Milad Kalume Neto, gerente de desenvolvimento de negócios da consultoria Jato. “Se você está com um carro com pouca quilometragem, que não dá custo de manutenção e traz segurança, fique com o veículo”, diz.

 

Barganha

 

Se decidir trocar de carro, o momento é oportuno para pesquisar preços em concessionárias diferentes e negociar um desconto. A alta da demanda ainda é incipiente a ponto de pressionar os preços para cima.

 

Além disso, até março, modelos de carros de 2018 e de 2019 estão à venda nas lojas, o que possibilita conseguir mais desconto nos modelos antigos, mas quase iguais aos novos.

 

Quem planeja entrar em um financiamento deve comparar o Custo Efetivo Total (CET) do crédito em bancos diferentes, que inclui o juro e outras taxas. Além do valor de entrada, é preciso ter um dinheiro guardado como reserva de emergência para arcar com o financiamento em caso de demissão. (Portal Exame/Júlia Lewgoy)