SUV, caminhões e carros esportivos protagonizam salão do automóvel de Detroit

Estado de Minas/Agência AFP

 

Os SUV, os caminhões e os carros esportivos vão protagonizar um desvalorizado salão do automóvel de Detroit, que abre suas portas nesta segunda-feira (14) com menos fabricantes presente e mais incerteza.

 

Os carros compactos e sedãs, que representam uma parcela cada vez menor do mercado norte-americano, ficaram praticamente de fora da seleção feita pela indústria automotiva para Detroit.

 

Caminhões, utilitários esportivos (SUV) e veículos de alto rendimento predominam entre os lançamentos de Detroit. A exceção é a Volkswagen, que apresentará um novo sedã Passat.

 

“As automotivas reconhecem que o boom dos veículos crossover e de utilitários esportivos continua”, considera a analista Michelle Krebs, da Autotrader.

 

Para os que procuram uma alternativa, as fabricantes destacaram os carros esportivos com uma pegada nostálgica.

 

A nova SUV Explorer da Ford, lançada na sexta-feira Detroit, será exposta ao público pela primeira vez. Também será apresentada uma versão de alta potência do esportivo Mustang Shelby GT500.

 

A Toyota também prevê expor seu Supra, uma versão renovada do carro esportivo que a empresa deixou de fabricar há mais de 16 anos.

 

Já a Fiat Chrysler apresentará novos designs de suas versões maiores do popular caminhão Ram.

 

Fora a VW, as fabricantes alemãs deixaram o salão de Detroit neste ano diante da concorrência com outros eventos em Nova York, Miami e Las Vegas, onde são feitos cada vez mais lançamentos tecnológicos do setor automotivo.

 

No salão de Detroit, muitos esperam que os veículos maiores e mais rentáveis ajudem a indústria a para resistir às possíveis tempestades econômicas. Analistas preveem uma desaceleração das vendas em 2019, após uma década de crescimento.

 

“Achamos que o futuro é cada vez menos positivo para a indústria”, disse Jonathan Smoke, analista chefe da Cox Automotive, cuja empresa previu que em 2019 serão vendidos 16,9 milhões de carros novos, uma queda em relação aos 17,3 milhões de 2018.

 

“O próprio mercado está se ajustando a um volume levemente menor, com veículos mais caros e de maior qualidade”, apontou.

 

Os carros pequenos e os sedãs convencionais representaram menos de um terço das vendas de carros novos no ano passado, uma queda de 4% em relação a 2017.

 

A indústria investiu muito em utilitários esportivos e caminhões, para que sejam mais luxuosos e contem com maior tecnologia de ponta, segundo analistas.

 

Enquanto isso, a produção de carros pequenos e de sedãs caiu ou foi diretamente abandonada por muitas fabricantes.

 

A GM anunciou o plano de fechar as fábricas subutilizadas que fabrica carros pequenos. A Ford tinha previsto tomar medidas similares de redução de custos na Europa.

 

O salão de Detroit, criado há 30 anos, abrirá suas portas à imprensa nesta segunda e receberá o público entre 19 e 27 de janeiro. (Estado de Minas/Agência AFP)